Cerca de 8 mil pessoas - de acordo com a organização - participaram de uma caminhada na manhã desta segunda-feira (20/7) nas ruas do centro de São Paulo para protestar contra os acidentes de trabalho na construção civil.
Organizada pelo Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias da Construção Civil em São Paulo, a manifestação teve o objetivo de alertar a sociedade para o alto índice de acidentes que resultarem em morte neste ano na capital paulista.
"Neste ano, nove pessoas morreram até agora na construção civil, enquanto no ano passado inteiro foram sete", afirmou Antonio de Souza Ramalho, presidente do sindicato.
Segundo Ramalho, três dessas mortes foram obras públicas estaduais e municipais. "A causa de quatro dessas mortes foi queda, de duas foi soterramento, duas por equipamentos e máquinas e uma por demolição", explicou.
Ramalho afirmou que uma das possíveis causas para o aumento das mortes no setor foi o corte de gastos com segurança. "Acredito que as empresas cortaram recursos onde não poderiam cortar, na área de segurança".
Depois da caminhada, os manifestantes foram à Superintendência do Ministério do Trabalho, em São Paulo, onde entregaram uma carta de reivindicações, com oito itens. Entre eles, aumentar a fiscalização e o valor das multas para empresas que infringem as regras. Pesquisas realizadas pelo próprio sindicato mostram que os gastos com segurança não chegam a 1% do valor total da obra.
"Os números de acidentes de trabalho foram diminuindo ao longo dos anos, mas esse aumento repentino em 2009 nos preocupa", disse Ramalho. Segundo dados do próprio sindicato, em 2007 foram 1.842 acidentes com ferimentos leves enquanto em 2008 o número caiu para 830. "Se os acidentes continuarem, vamos para as ruas e pararemos as obras".