Os exames de laboratório para confimar ocorrências da gripe A H1N1, a partir de agora, serão feitos somente nos pacientes que apresentarem estado grave ou por amostragem, no caso de suspeita de surtos em empresas, escolas ou até em pequenas comunidades. O objetivo, segundo o Ministério da Saúde, é poupar os kits usados na identificação do vírus e também evitar uma sobrecarga nos institutos que realizam os exames.
O aumento, dia após dia, no número de casos confirmados tem causado uma corrida de pessoas com sintomas de gripe aos 68 hospitais de referência em todo o país. Esses centros foram preparados para lidar especificamente com o tratamento do A H1N1. ;Começa a haver sinais não de saturação mas de um tempo grande de espera no atendimento, o que pode prejudicar quadros mais graves que precisam de internação;, destacou o ministro da Saúde, José Gomes Temporão.
[SAIBAMAIS]Para evitar superlotação nesses centros, a recomendação é que, aos primeiros sintomas, as pessoas procurem primeiro o posto de saúde ou o hospital mais próximo. Se não for um caso grave, o médico vai orientar, ali mesmo, o paciente sobre a medicação e o isolamento domiciliar. E não haverá coleta de material para teste em laboratório.
;Se o quadro clínico for mais preocupante, o paciente será encaminhado para um dos hospitais de referência;, explicou Temporão. Nesse caso, será feito o exame laboratorial. Também haverá coleta de material para teste quando houver várias suspeitas em locais de grande concentração de pessoas. ;No caso de surtos em bairros, por exemplo, vamos fazer o teste por amostragem. Se houver 50 pessoas com os sintomas, faremos o teste em cinco, por exemplo;, explicou o diretor de Vigilância Epidemiológica do Ministério da Saúde, Eduardo Hage.
O ministro recomendou que as pessoas fiquem atentas e procurem o médico assim que perceberem os primeiros sinais de gripe ; principalmente no caso de idosos e crianças. ;Temos o resfriado, que é diferente. Se não tem febre, não precisa ir correndo para o hospital. Mas se a febre vem acompanhada de outros sintomas como tosse, dor articular ou de garganta, recomenda-se que vá a um médico;, orientou.
O governo reforçou a orientação para que o antiviral Tamiflu seja usado apenas em pacientes que tiverem piora no quadro clínico nas primeiras 48 horas após os primeiros sintomas. A ideia é evitar que o H1N1 fique resistente ao medicamento, como já foi registrado na Dinamarca, no Japão e em Hong Kong.
Contágio
O governo vai reforçar o controle na fronteira com a Argentina, onde a gripe A H1N1 já matou mais de 40 pessoas. Na segunda-feira, prefeitos de cidades onde a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) montou postos de vigilância vão se reunir com representantes da Secretaria de Saúde do Rio Grande do Sul para discutir estratégias de prevenção.
Hoje, a Anvisa tem sete postos para fazer o controle na região. O objetivo é reforçar o efetivo em mais oito pontos. O órgão vai pedir a ajuda de homens do Exército para auxiliar no trabalho. ;Não são pontos de detecção de casos ou retenção de pessoas. Queremos colocar gente para orientar quem estiver com sintomas da doença;, afirmou o diretor de portos, aeroportos e fronteiras da Anvisa, José Agenor Álvares.
; Áudio com o ministro da Saúde, José Gomes Temporão