A Advocacia Geral da União (AGU) entrou no fim da tarde de ontem (2/7) com pedido de intimação na Justiça de Brasília do tenente-coronel da reserva Sebastião Curió Rodrigues de Moura, mais conhecido como major Curió. A ação tem como objetivo pressionar o oficial a entregar ao poder público documentos de que teria posse relativos à guerrilha do Araguaia. A petição foi entregue à juíza da 1; Vara Federal de Brasília Solange Salgado e convoca o major a prestar esclarecimentos sobre possíveis arquivos de seu acervo pessoal que podem ajudar na busca de restos mortais de integrantes do movimento guerrilheiro adeptos da luta armada contra o regime militar.
Curió, que agiu durante o regime militar (1964-1985) e atuou na repressão contra a guerrilha, guarda há 32 anos uma maleta com documentos que confirmam a execução de adversários da ditadura nas bases das Forças Armadas na Amazônia, dados abertos com exclusividade ao jornal "O Estado de S. Paulo". De acordo com o procurador regional que entrou com o pedido na Justiça, Manuel de Medeiros Dantas, as informações que supostamente estariam em posse de Curió podem ser decisivas para esclarecer o incidente que vitimou membros da guerrilha.
"A oitiva é de crucial importância para que a sociedade brasileira saiba dos fatos ocorridos na região, inclusive de fatos que a própria União não tem registros oficiais", explicou. "Assim, para que se possa saber a real extensão do que se tem noticiado, até então, é importante que se tenha acesso a todo o tipo de informação", completou.