Pelo menos nove pessoas, entre elas policiais militares, foram presas nesta sexta-feira (3/7) durante a Operação Pluma, desencadeada pela Polícia Federal nos Estados de Mato Grosso, Goiás e Minas Gerais, com o objetivo de coibir a prática de grilagem de terras da União, corrupção, peculato, prevaricação, extorsão, ameaça e crimes contra a vida, administração pública e meio ambiente. A área de atuação da quadrilha, segundo a PF, eram os municípios do Vale do Araguaia, principalmente Vila Rica, Santa Cruz do Xingu, Confresa, Porto Alegre do Norte, Ribeirão Cascalheira, Alto Boa Vista e São Félix do Araguaia.
De acordo com a corporação, cerca de 120 policiais cumprem 19 mandados de prisão temporária, 24 mandados de busca e apreensão e o sequestro de bens e valores dos envolvidos. Dentre os mandados de prisão estão sete servidores públicos, dentre os quais seis oficiais da Polícia Militar de Mato Grosso, sendo dois da reserva e uma tabeliã.
Investigações levaram a uma organização criminosa que utilizava diversos meios para obter terras a baixos custos e revendê-las posteriormente. Segundo a PF, o grupo extraía irregularmente insumos vegetais da área da reserva indígena maraiwatsede, além expulsar assentados de áreas já destinadas à reforma agrária e posterior emissão de títulos de domínio falsos, sempre com a intenção de obter indenização do poder público pela desapropriação de áreas inexistentes.
O grupo também promovia temor entre pequenos e médios fazendeiros da região com objetivo de extorquir estes produtores para que vendessem seus imóveis a preço bem inferior ao praticado no mercado. Depois, as propriedades eram revendidas a grandes empresários de Goiás por preço de mercado. Além disso, a quadrilha comercializava serviços de segurança privada realizados por pistoleiros e PMs lotados na região, com o uso indevido de recursos humanos e materiais da corporação.