O representante do Escritório das Nações Unidas Sobre Drogas e Crime (UNODC) no Brasil, Bo Mathiasen, afirmou nesta quarta-feira (24/6) que o combate às drogas exige um enfrentamento global dos governos, uma vez que o mercado ilícito estimula a violência e a corrupção.
"Só com uma efetiva e coordenada ação internacional teremos resultados concretos para reduzir a produção, o consumo e o tráfico no mundo. Caso contrário, os problemas apenas mudarão de lugar", disse Mathiasen, em entrevista coletiva para a divulgação do Relatório Mundial sobre Drogas 2009.
Mathiasen também reafirmou a posição da ONU contrária à legalização das drogas. "Álcool e tabaco causam mais mortes, porque são legais", afirmou.
A pesquisa constatou que a produção e o uso de drogas sintéticas cresceram nos últimos anos nos países em desenvolvimento. Mostrou ainda que o mercado global de cocaína, ópio, morfina, heroína e maconha está estável ou em declínio. A maconha permanece como a droga mais cultivada e consumida em todo o mundo, com o total de consumidores anuais estimado entre 143 milhões e 190 milhões de pessoas.
No Brasil, as apreensões de ecstasy dispararam em 2007, com mais de 211 mil unidades interceptadas, contra 11.648 unidades em 2006. O Brasil já está entre os países com maiores apreensões de substâncias do grupo ecstasy no mundo.
Outra droga cujas apreensões evidenciam um aumento de consumo no país é o crack. Em 2006, foram apreendidos 145 mil quilos das pedras no Brasil e, em 2007, esse total chegou a 578.060 quilos.
A América do Sul é a origem do maior tráfico de cocaína, sobretudo a Colômbia.