O nível do Rio Negro em Manaus atingiu nesta quarta-feira (24/6) a marca dos 29,69 metros. Com isso, a cota de 2009 se igualou à maior da história, registrada em 1953 - ano da pior cheia na cidade desde que o Serviço Geológico do Brasil começou a acompanhar o nível do rio, em 1902.
De acordo com a Defesa Civil de Manaus, 11 bairros da cidade sofreram com os alagamentos. Entre eles, está o centro da cidade que teve interditada ontem (23/6) parte de uma das centenárias e mais movimentadas avenidas, a Eduardo Ribeiro.
O trânsito também está fechado no trecho próximo à alfândega e mais de 10 mil metros de ponte de madeira foram construídos pela Defesa Civil para permitir a circulação de pedestres, segundo a Defesa Civil. O tráfego também sofreu alterações em outras áreas.
Em toda a capital amazonense, mais de 4 mil famílias foram atingidas pela cheia do rio. Os bairros mais afetados são Raimundo e Glória - na zona oeste - e Raiz, na zona sul. Segundo a prefeitura, muitos moradores se recusam a deixar as residências inundadas principalmente porque temem perder a chance de participar do Programa Social e Ambiental dos Igarapés de Manaus (Prosamim).
O programa é feito pelo governo do Amazonas desde 2003 e promove a retirada coordenada das famílias que vivem à beira dos igarapés. Cada uma dessas famílias pode optar em receber uma indenização para compra de outro imóvel ou mudar conjuntos habitacionais construídos exclusivamente para essas pessoas. A Defesa Civil informou, entretanto, que as famílias não devem ter essa preocupação, considerando a situação de emergência.