Desfile de moda não é apenas um monte de modelos magérrimas caminhando em uma passarela com direito a uma paradinha para foto. Muitos viram verdadeiros shows, com lugar na plateia disputadíssimo e aplausos de pé ao final. O penúltimo dia de São Paulo Fashion Week teve direito a grandes espetáculos na passarela.
[SAIBAMAIS]
O domingo começou com a apresentação da Cavalera. A marca parou o centro de São Paulo. O Elevado Costa e Silva, conhecido como Minhocão, foi o local escolhido para o desfile da marca que homenageou São Paulo, com a pretensão de transformar um dos locais mais movimentados da metrópole em uma praia. E tentou mesmo. Imprensa e convidados foram acomodados em cadeiras de praia. Para aliviar o calor, foram distribuídos água de coco e picolés de fruta. O brinde não podia ser mais útil: um guarda-chuva que se transformou em guarda-sol.
Quem mora nas redondezas aproveitou para assistir ao desfile de camarote, da janela de casa ou ficou do lado de fora, espiando da grande.
Um espetáculo. Os modelos eram de várias etnias: negros, loiros, ruivos. Tinha homens, mulheres, crianças e até bebês. A idéia era mostrar a diversidade que convive em uma grande cidade. Teve modelo que entrou de skate, patins, bicicleta, representando o movimento típico desse mesmo cenário. As roupas, claro, tiveram inspiração bem street, com muito jeans, bermudas e calças saruel, bem folgadas e confortáveis; além de muita malha. As estampas eram as cores da bandeira paulista (vermelha, preta e branca), com as listras do símbolo. Paetês e nuvens enfeitaram outras peças da coleção.
O desfile do estilista mineiro Ronaldo Fraga foi aplaudido de pé. O que se sabia era antes da passarela ser aberta é que a coleção seria baseada da Disneylândia, causando estranhamento em quem está acostumado ao jeito "rebelde" e crítico do artista. Na apresentação, porém, deixou clara a sua inteção. A Disney de Ronaldo era a América Latina, que lhe ofereceu a matéria-prima para a coleção. As roupas bordadas e cortadas à laser remetem às cultura mexicana, ao artesanto colombiano, ao carnaval de Olinda e de quebra dá uma alfinetada na cultura do Pato Donald, ainda que Mickey tenha ido parar nas estampas de algumas peças.
Com banda ao vivo, tocando a trilha de 007, a Neon apresentou a coleção de verão. As modelos pareciam ter saído de uma revista de 30 anos atrás, com chapelões, e lenços na cabeça. Para completar o visual retrô, muita pantalona e bodies, além dos caftans. As cores foram do nude ao fluor e a moda praia estava ousada, com saída feita de toalha e biquini fio dental, com só um fiozinho mesmo. Para ser usado por quem tiver coragem e um bumbum perfeito, claro.