Rio de Janeiro - O presidente do Instituto Estadual do Meio Ambiente, Luiz Firmino Martins Pereira, comemorou o projeto de lei do governo do Rio de Janeiro que prevê a substituição gradual das sacolas plásticas pelos estabelecimentos comerciais por bolsas confeccionadas com materiais mais resistentes e menos poluentes. A votação na Assembléia Legislativa (Alerj) será na quarta-feira (24).
A questão do saco plástico é emblemática hoje, disse Firminol. "O Inea opera várias ecobarreiras nos rios aqui do estado. E a quantidade de sacola plástica que é retirada mensalmente dos nossos rios é uma coisa absurda. O plástico leva mais de 400 anos para se degradar no meio ambiente", explicou.
"Essa lei vem para a gente buscar uma responsabilidade, uma forma de você mitigar esse problema que hoje está sendo provocado". A ideia é estimular a troca dos sacos plásticos por um material menos agressivo ao meio ambiente, mais duradouro e que possa ser utilizado várias vezes.
Segundo Firmino, o material plástico usado nas sacolas estimula o descarte. "A sacola plástica é feita para usar uma vez e jogar fora. Normalmente ela vira sacola de lixo e acaba indo para o meio ambiente. Então, o objetivo maior do projeto é ter uma reutilização e usar a sacola com outras finalidades".
O presidente do Inea comentou a possibilidade de recompra dos sacos plásticos pelo comércio, prevista na proposta do governo do estado. Para ele, a recompra facilita o processo de conscientização, na medida em que cria um incentivo econômico para que as pessoas venham a aderir ao processo com maior facilidade.
Firmino disse que o projeto poderá causar questionamentos porque prevê também a troca das sacolas plásticas por comida. Para cada 50 sacolas devolvidas pelos consumidores seria feita a troca por um quilo de arroz ou feijão.
"O espírito é esse: você recebe um pagamento pecuniário ou tem a permuta por comida. Pega exatamente essa faixa da população que precisa mudar o conceito, a cabeça da pessoa, e cria esse incentivo para que venha a aderir com mais facilidade a essa nova mentalidade", disse.
O prazo previsto pelo projeto para que o comércio substitua as sacolas plásticas vai de seis meses, para as empresas de grande porte, a três anos, para as microempresas.