Em assembleia no térreo do sindicato, na Lapa, centro carioca, cerca de 400 filiados do Sindicato dos Trabalhadores da Previdência Social no estado do Rio de Janeiro (Sindsprev) decidiram, esta tarde (19/6), manter a paralisação iniciada na última terça-feira (16/6) e que hoje atinge mais da metade das agências de atendimento ao público no estado do Rio de Janeiro.
Edílson Mariano, da assessoria jurídica do Sindsprev, calculou que a adesão à greve atingiu nesta semana entre 55% e 60% das instalações da Previdência Social, contra os 35% verificados nos primeiros dias. %u201CNossa luta tem várias frentes, porque as reivindicações são em defesa da previdência pública brasileira. Queremos a jornada de 30 horas semanais, e não a de 40 horas proposta pelo governo, a incorporação das gratificações aos salários e a realização imediata de concurso público para preenchimento dos cargos necessários%u201D, disse.
Edite Santos, também da diretoria do sindicato, acusou o governo federal de querer a privatização da previdência social, %u201Csucateando e liquidando o patrimônio e prejudicando os servidores ativos e inativos%u201D. Ela defendeu o aumento linear para os funcionários, inclusive aposentados, e denunciou o desmonte dos ministérios da Previdência Social, da Fazenda e do Trabalho.
%u201CO governo dá aumento linear para fiscal e procurador, a turma lá de cima. Para nós, o aumento é na base dos pontos, um recebe 80, outro 30, e assim a gente só perde%u201D, reclamou, destacando que o governo propôs a jornada de oito horas diárias e redução de salário, %u201Ccom o objetivo claro de privatizar o serviço%u201D.
A avaliação de desempenho determinada pelo ministério também é alvo das reclamações dos servidores fluminenses da previdência social, porque consideram uma medida prejudicial.
%u201CEm vez de avaliar servidor, por que não avaliam a instituição?%u201D, perguntou Mariano, argumentando que sem computadores, salas, mesas e até cadeiras para trabalhar %u201Cfica difícil medir a eficiência do servidor%u201D.
Maria da Glória Silva, também diretora do Sindsprev e técnica em radiologia no Hospital Estadual Anchieta, aproveitou a assembleia para convocar os colegas a participar do abraço ao Hospital do Instituto de Aposentadoria dos Servidores do Estado (Iaserj) %u201Cque o governador quer dar para o Inca [Instituto Nacional do Câncer]%u201D.
%u201CO prédio é colado no Inca e foi doado há muito tempo pela família Pedro Ernesto para ser o hospital dos servidores. Agora, querem passar para o governo federal sem respeitar nem a vontade dos doadores%u201D, declarou.
Pedro Ernesto foi prefeito do Rio de Janeiro entre 1931 e 1936, instituiu os desfiles oficiais das escolas de samba em 1932 e empresta seu nome à principal condecoração concedida pela Câmara Municipal.