O curso a distância para formação de professores da Universidade de São Paulo (USP) é motivo de mais um desentendimento entre a instituição e o governo do Estado. O convênio para que o curso fosse oferecido por meio do programa estadual Universidade Virtual do Estado de São Paulo (Univesp) no segundo semestre ainda não foi assinado porque as duas partes não chegaram a um acordo. Por causa disso, o curso só deve começar no ano que vem.
Apesar de a não implementação de cursos a distância ser parte das reivindicações da greve na USP, que dura 46 dias, os problemas começaram antes. Governo e universidade concordam que o curso tem qualidade, deve ser implementado e os grevistas estão desinformados sobre ele. A discórdia vem do fato de professores da USP envolvidos no projeto considerarem que o governo quer interferir no curso e usar as informações provenientes dele. ;Só vamos assinar o convênio se for como entendemos que deve ser, não como o governo quer. Esse é um curso da USP, feito pela USP;, afirma José Cipolla Neto, coordenador do novo curso.
Segundo o secretário estadual de Ensino Superior, Carlos Vogt, a Univesp vai apenas viabilizar os cursos oferecidos pelas universidades, com apoio financeiro e tecnológico. ;Deve estar havendo algum mal-entendido quanto àquilo que a secretaria deseja. A secretaria não tem competência para oferecer curso nenhum.; Vogt confirma que a secretaria tem interesse em compartilhar o banco de dados que será produzido pelo curso - um dos itens dos quais a USP discorda. ;Temos de fazer acompanhamento, avaliação, porque a secretaria é corresponsável pela iniciativa.;
Alunos, professores e funcionários das três universidades estaduais paulistas (USP, Unesp e Unicamp) protestaram ontem contra a presença da Polícia Militar no câmpus da USP no Butantã. O ato começou em frente ao Museu de Artes de São Paulo (Masp) e terminou no Largo São Francisco. Para o coordenador do Fórum das Seis, João Chaves, o resultado foi positivo. ;Esperávamos 3 mil pessoas, mas calculo que chegamos a cerca de 10 mil.; Para a PM, o número foi de 1,5 mil manifestantes.