Cerca de três mil pessoas participaram na tarde de hoje de protesto contra a presença da Polícia Militar no campus da Universidade de São Paulo (USP), na capital paulista. A estimativa do número de participantes é da PM. Os manifestantes foram para o Largo do São Francisco, no centro da cidade, depois de partir em caminhada da Avenida Paulista por volta das 13h. A via teve o trânsito interrompido no sentido Paraíso por 30 minutos, informou a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET). Segundo a PM, a manifestação é pacífica. Não foi registrada nenhuma ocorrência até por volta das 17h.
Alunos, professores e servidores saíram do vão livre do Museu de Arte de São Paulo (Masp) e caminharam pela Avenida Paulista até a Avenida Brigadeiro Luis Antonio. De lá, seguiram para o Largo do São Francisco. Eles empunhavam centenas de faixas e bandeiras pedindo a retirada da polícia do campus e a renúncia da reitora Suely Vilela e até do governador do Estado, José Serra (PSDB). Participam do protesto representantes da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e da Universidade Estadual Paulista (Unesp).
A USP está em greve geral desde o início do mês. Unicamp e Unesp apoiam o movimento. A reitoria da USP conseguiu na Justiça que a PM ocupasse o campus para manter a ordem. A presença dos policiais provocou revolta e culminou com um confronto entre a Tropa de Choque e manifestantes na terça-feira da semana passada. Três pessoas foram detidas e, depois de assinar um termo circunstanciado, liberadas.
Os grevistas reivindicam reajuste salarial de 16% para professores e servidores das três universidades estaduais. Os estudantes apoiam o movimento e protestam contra mudanças no vestibular das instituições. Alunos da USP pedem ainda o fim de um curso a distância para formação de professores da rede pública. A próxima assembleia das categorias para decidir se mantêm ou não a greve está marcada para amanhã, às 15h, no Auditório da Escola de Geografia da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH).