Jornal Correio Braziliense

Brasil

Fenaj diz que decisão do Supremo ;rebaixa; exercício do jornalismo no Brasil

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O presidente da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) Sérgio Murillo, considerou um ;prejuízo imenso e histórico; para a categoria a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que nesta quarta-feira (17/6) declarou inconstitucional a obrigatoriedade do diploma em curso superior específico para o exercício da profissão de jornalista no Brasil. O Ministério do Trabalho não pode mais exigir o diploma para conceder registro de jornalista a qualquer cidadão. ;Aparentemente, não precisa de nenhum critério. Inclusive pessoas sem formação escolar, analfabetas, podem obter o registro de jornalista. Não sei se o STF tomou pé do nível de rebaixamento em que coloca o jornalismo no Brasil neste momento;, criticou Murillo. A Fenaj também lamentou a argumentação usada pelo presidente do STF, ministro Gilmar Mendes, em seu voto. Ele foi o relator do recurso ajuizado pelo Sindicato das Empresas de Rádio e Televisão no Estado de São Paulo (Sertesp) e pelo Ministério Público Federal (MPF) contra uma decisão do Tribunal Regional Federal da 3ª Região, que tinha afirmado a necessidade do diploma. ;O presidente do STF desrespeitou os jornalistas brasileiros, ao dizer que esta atividade tem a mesma dimensão da culinária e do corte e costura;, disse Murillo. ; Por que, então, não permitir que um cidadão sem advogado possa se defender perante uma Corte?;, comparou, em alusão à formação profissional exigida dos advogados. Para a Fenaj, o STF optou por acatar na íntegra a tese das empresas e enfraquecer a categoria. ;É entregar o galinheiro para os lobos tomarem conta. Acaba a valorização do mérito pessoal de se procurar por um escola de jornalismo e substitui-se pela vontade do patrão, que vai decidir com base num 'talentômetro' quem pode, ou não, ser jornalista;, ressaltou Murillo. O dirigente da Fenaj confessou que ainda não sabe como orientar o posicionamento dos sindicatos, mas ressalvou que, apesar do ; golpe profundo;, a decisão do STF não foi uma ;sentença de morte; para a organização profissional dos jornalistas.