Antes de empenhar sua palavra, no início da noite deste sábado, de que os destroços do Airbus A330-200 haviam sido localizados, as Forças Armadas da França sobrevoaram a região e confirmaram a informação com seu próprio pessoal. A checagem foi feita por meio de aviões e helicópteros que trabalhavam nas buscas na área na qual se imaginava havia ocorrido o acidente. Antes disso, as autoridades do país mantinham o silêncio e a prudência.
A checagem foi realizada pela equipe coordenada pelo tenente-coronel Vincent Daradie, chefe da missão. Em entrevista à emissora de TV France 2, o militar detalhou o procedimento das Forças Armadas francesas. "A primeira informação que tivemos foi de que as equipes de busca do Brasil haviam encontrado um objeto. A partir de então, as nossas pesquisas se concentraram na mesma região, onde, de fato, visualizamos objetos", relatou Daradie.
A confirmação por parte de seus militares levou o governo da França a endossar que os destroços do voo AF447 haviam sido de fato localizados. Entretanto, nenhuma autoridade veio a público se pronunciar - no mesmo momento havia um jantar marcado com o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama. O primeiro posicionamento oficial veio na manhã de hoje, quando o secretário de Estado dos Transportes, Dominique Bussereau, concedeu entrevista à rádio RTL.
"O fato novo é que agora nós encontramos destroços, o que vai nos permitir investigar mais", afirmou. "Agora temos a busca incessante e fundamental dos gravadores de voo (as caixas-pretas), que precisamos localizar para podermos ouvi-los. E, para isso, não nos resta mais do que três semanas." Questionado sobre se os corpos haviam sido identificados, Bussereau revelou que os franceses ainda não haviam tomado contato com as Forças Armadas do Brasil. "Os corpos não puderam ser verificados pelas autoridades francesas", afirmou.
Missa
Uma missa internacional realizada na manhã de hoje, em Paris, homenageou as vítimas do voo da Air France. A cerimônia, que aconteceu mais uma vez na catedral de Notre-Dame, contou com a presença de familiares, amigos e funcionários da companhia. Na quarta-feira, um ato ecumênico reunindo líderes católicos, ortodoxos, protestantes, judeus e muçulmanos já havia sido realizado na Notre-Dame, com a participação do presidente da França, Nicolas Sarkozy. Amanhã, as famílias devem ser recebidas pelo presidente no Palácio do Eliseu.