A Secretaria da Educação avaliou no final da tarde desta quarta-feira (3/6) que fracassou a greve convocada pelo Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp). Em nota à imprensa, o governo afirmou que não houve nem paralisação de escolas da rede estadual nem ausência anormal de professores nas salas de aula. A secretaria, no entanto, não divulgou o número de docentes que faltaram hoje ao trabalho.
A greve dos professores do Estado foi anunciada na noite de ontem pela Apeoesp. De acordo com a presidente da entidade, Maria Izabel Noronha, cerca de 4 mil professores aderiram ao movimento e participaram à tarde de ato no estacionamento da Assembleia Legislativa. A rede estadual tem hoje cerca de 210 mil professores. Segundo o secretário da Educação, Paulo Renato Souza, os professores mostraram "maturidade" em não aderir à greve. "Não há motivo para fazer greve e prejudicar principalmente as crianças, que seriam as principais afetadas pelo movimento", criticou, em nota.
A Apeoesp convocou paralisação da categoria hoje com o objetivo de pressionar o governo a retirar dois projetos de lei que tramitam na Assembleia, ambos enviados pelo governador José Serra (PSDB). Um desses projetos autoriza concurso público para 60 mil vagas de docentes no Estado e cria um curso de preparação para a seleção de professores. O outro cria um novo plano de carreira para a categoria, com jornadas de trabalho de 40 horas e 12 horas semanais. O impasse entre o governo e a categoria se dá principalmente pela questão dos temporários, uma vez que para a Apeoesp o projeto "irá retirar direitos" da classe. Os professores também reivindicam reposição salarial de 27,5%.