Jornal Correio Braziliense

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Projeto vai reformular escadão de Paraisópolis em SP

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A estreita escadaria que liga a favela de Paraisópolis ao Morumbi, bairro nobre da zona sul de São Paulo, vai expandir suas dimensões com a ocupação do terreno baldio que beira parte dos 187 degraus. Ali deve ser erguido o ousado projeto da sede da União dos Moradores de Paraisópolis, idealizado pelo arquiteto Franklin Lee. Com salas, quadra esportiva, anfiteatro e até horta comunitária, a ideia já tem o aval da Secretaria Municipal de Habitação. No início deste mês, a superintendente municipal de Habitação Popular, Elizabete França, garantiu aos moradores que a área, hoje particular, será desapropriada pelo Município para a obra se tornar realidade. A captação de recursos ficará a cargo da comunidade. A associação de moradores estima um custo de R$ 2 milhões, que seria bancado por empresas parceiras. ;Queremos ter o dinheiro até o fim do ano para, em dezembro, iniciar as obras; disse Gilson Rodrigues, presidente da entidade. A nova sede pretende reunir todos os projetos sociais desenvolvidos pela associação, como biblioteca, capacitação profissional, alfabetização de adultos e cursos pré-vestibular. Esses serviços são prestados pela União dos Moradores desde que ela foi criada, há 25 anos, mas em locais diferentes. Uma das mais emblemáticas tentativas de integração são as hortas comunitárias, que ficarão dispostas no terreno, como a plantação de arroz do sudeste asiático, caracterizada pelo cultivo em terra alta. ;Os moradores vão produzir juntos, consumir e aprender;, disse Lee. Foi ele que fez a vontade da comunidade tomar forma num programa de computador. Alunos estrangeiros do arquiteto brasileiro que leciona em Londres visitaram Paraisópolis por três anos, ouviram lideranças comunitárias, estudaram as estatísticas e o contraste entre os bairros pobre e rico. ;Pensamos no modelo do Sesc, sempre com a ideia de um centro cultural social que pudesse integrar quem mora dos dois lados;.