As chuvas devem continuar pelo menos até junho na Amazônia, segundo previsão do Serviço Geológico do Brasil. De acordo com o Ministério da Integração Nacional, na região, o estado mais atingido pelas inundações é o Amazonas.
Em Manaus (AM), de acordo com a Defesa Civil, as alagações afetam moradores de mais de 1,2 mil casas e 19 bairros estão parcialmente alagados. Levantamento feito pela prefeitura estima que, até o fim do período de chuvas, pelo menos 18 mil pessoas e 3 mil casas sejam atingidas pelas enchentes na capital amazonense.
A técnica em enfermagem Anne Bernardo, de 41 anos, trabalha em uma unidade de saúde municipal no bairro onde mora com o marido e dois filhos. A casa da família fica em uma rua onde parte das residências está alagada.
;A minha maior preocupação é que as chuvas estão muito fortes e as casas estão ficando frágeis depois de tantos anos de alagações. Temos medo de que as casas desabem qualquer hora dessas.;
A manicure Maria Antônia Queiroz, de 30 anos vive em uma área que também foi alagada. Há cinco anos, a casa onde ela, o marido e os dois filhos moravam desabou. Ela teme que a família volte a passar por essa situação.
;A gente estava dormindo quando faltou luz, foi tudo rápido. Quando eu me dei conta, a casa estava tombando. A gente se apavorou e pulou para uma casa vizinha A casa caiu era meia noite e meia;, lembra a manicure.
Segundo Maria Antônia, houve perda total da casa e, por questão de segurança, a família teve que construir uma nova moradia em outro local, o que ocorreu sem o apoio do Poder Público.
;O dia amanheceu e a gente continuava na luta. No dia seguinte, a Defesa Civil demoliu a casa, dizendo que nada estava seguro. Eles disseram que iriam nos dar outra casa e até agora não recebemos um prego.;
Dos 62 municípios do Amazonas em situação de emergência, 48 estão diretamente prejudicados e, por isso, entraram na lista de prioridade nas ações de emergência implementadas pelo governo estadual.
O número de desabrigados é de 9.136 e os desalojados somam 44.096. As enchentes no Amazonas também deixaram aproximadamente 300 mil estudantes sem aula. A decisão de interromper as atividades escolares foi tomada para garantir a segurança dos alunos.
Parte das escolas ficou submersa e vias que dão acesso às instituições de ensino foram completamente inundadas. Algumas unidades tiveram que ser cedidas às prefeituras para servir de abrigo à população.