A namorada de Mohammed D'Ali Carvalho dos Santos, Hellen de Matos Vitória, de 19 anos, afirmou que Mohammed diz estar arrependido de ter matado e esquartejado a inglesa Cara Marie Burke, crime ocorrido em julho de 2008, em Goiânia, e que cometeu o crime porque estava sob o efeito de drogas.
Ela foi uma das testemunhas ouvidas nesta quinta-feira (14/5) durante o julgamento de Mohammed, no 2° Tribunal do Júri de Goiânia. Questionada pelo juiz Jesseir Coelho de Alcântara se acha que o réu tem algum problema mental, Hellen sorriu, acanhada, e disse que sim. "Às vezes ele está alegre com alguma coisa e de imediato fica estranho. Fico sem entender nada". Ela confirmou que Mohammed usava crack, cocaína e que cheirava gás.
Ela disse que não sabe o motivo que levou Cara a deixar o apartamento do réu. "Eles não brigavam na minha frente e nunca imaginei que ele mataria Cara, mas ela também saía muito, depois ficava num lugar, em outro, era estranha", afirmou.
Hellen afirmou que Mohammed quer fazer um tratamento quando sair da prisão para mudar de vida. "Agora ele é pai, tem um filho para criar". A criança, cujo nome é Gabriel, nasceu em 23 de março deste ano e foi "encomendada", segundo palavras dela, durante uma vista feita a Mohammed no presídio.
Questionada pelo Ministério Público sobre as razões que a levaram a se interessar por Mohammed, ela respondeu que se trata de "assunto pessoal", mas admitiu que, pelo menos com ela, ele era uma "pessoa amorosa e cativante".
Durante todo o depoimento, a testemunha sorriu, demonstrando constrangimento com as respostas dadas a perguntas relacionadas ao comportamento de Mohammed, segundo informações do Tribunal de Justiça de Goiás (TJ-GO).
Outra testemunha, o porteiro do prédio em que Mohammed morava, Domingos, confirmou que o acusado saiu do prédio com uma mala preta, em 26 de julho de 2008, e voltou na madrugada seguinte, acompanhado de um rapaz, que não soube identificar. De acordo com o TJ-GO, Domingos disse que no apartamento de Mohammed o volume do som estava muito alto e soube pelo síndico do imóvel que, no dia da perícia, encontraram uma quantidade de drogas no sofá do apartamento do estudante.
O porteiro, que trabalha no edifício há cerca de 15 anos, afirmou também que Cara morou quatro ou cinco meses com Mohammed e depois se mudou para o Jardim Novo Mundo, localizado na região leste de Goiânia. No entanto, ele disse não saber o porquê de a inglesa deixar de morar no prédio.