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Presidente da Funasa diz que protesto de indígenas em SP é político

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O presidente da Fusana (Fundação Nacional de Saúde), Danilo Forte, afirmou nesta quarta-feira (6/5) que só vai tomar uma decisão sobre a entrega do cargo do coordenador do órgão em São Paulo, Raze Rezek, após a desocupação pelos índios da sede da fundação, no centro da capital paulista. Para ele, o movimento contrário à atual gestão da regional é político. Forte disse que se o prédio não for desocupado até o final da tarde irá pedir a Polícia Federal que faça a reintegração de posse. "Vamos avaliar. Ele [Rezek] está um pouco nervoso. Mas não tomo decisão sobre coação. A Polícia Federal está fazendo o acompanhamento deste momento crítico e já reelaboramos o pedido de integração de posse. Não queremos violência, mas as pessoas que lá trabalham precisam ter condições para executar suas atividades", disse. Segundo Forte, Rezek disse por telefone no início da tarde que a situação é tranquila e que não há reféns na sede. Os cerca de 100 índios que ocupam o prédio estariam no auditório. O presidente da Funasa recebeu hoje o pedido demissão de Rezek, mas saiu em defesa da permanência do coordenador. Forte afirmou que a indicação de Rezek foi técnica e que o problema na unidade é política. "Os índios estão radicalizando. O assunto ficou muito pessoalizado. Uma luta de caciques contra o coordenador regional. A questão não está nas pessoas, mas nos compromissos assumidos. Não é porque a pessoa é A, B, C ou D, está ligado a A, B, C ou D, que tem que ser julgado. Rezek está chocado com o que aconteceu, talvez por não ter experiência política para lidar com a pressão do movimento indígena", afirmou. Forte explicou que no ano passado a regional de São Paulo enfrentou dificuldades administrativas, mas assegurou que as medidas acertadas com lideranças indígenas estão sendo cumpridas. "Tivemos problema na estruturação física em São Paulo. Os salários são baixos e tivemos que fazer remanejamento na área de engenharia e colocamos mais quatro engenheiros priorizando nas áreas e remontamos o departamento administrativo para fazer pregão eletrônico porque é mais transparência e agiliza as compras", afirmou. De acordo com o presidente da Funasa, a reclamação dos indígenas de má gestão na unidade de São Paulo não se justifica. Os números apresentados por Forte indicam que o Estado de São Paulo é o que tem a melhor cobertura sanitária do país em comunidades indígenas. Das 36 aldeias, 27 possuem abastecimento de água, o equivalente a 95% da população aldeiada. Neste ano, a fundação já repassou R$ 695 mil para a coordenação estadual. O dinheiro será usado para abastecimento de água. Outros R$ 772 mil foram liberados para condições de melhorias sanitárias domiciliares "Não é desta forma, constrangendo as pessoas, invadindo a coordenação regional, impossibilitando que ela exerça suas funções, que a gente vai conseguir ter êxito na avaliação técnica e administrativa das pessoas. Pelo contrário, isso cria mais obstáculos". *Protesto* Rezek está sendo pressionado a deixar o cargo por um grupo de índios de 36 comunidades --que representam cerca de 6.000 índios-- que protestam na a sede da Funasa. Segundo lideranças indígenas que estão no local, eles reivindicam uma atuação mais eficiente da Funasa no Estado e afirmam que a gestão de Rezek é considerada insatisfatória. A ocupação começou ontem pela manhã e chegou a bloquear a rua Bento Freitas, na região central de São Paulo, com os carros do próprio órgão. Com a promessa de Rezek em renunciar, os índios liberaram o local, mas voltaram a marcar presença no prédio cobrando a saída de Rezek. A entrada da sede foi bloqueada pelos índios que estão armados com pedaços de madeira e arco e flecha impedem a entrada e a saída do local.