O artista plástico Xico Stockinger morreu na noite de domingo (12/4), aos 89 anos, de parada cardíaca, enquanto dormia, em casa, em Porto Alegre. Reconhecido como mestre em sua técnica, o artista viu sua obra percorrer o mundo como referencial da escultura brasileira, representado preferencialmente em guerreiros, touros e mulheres. Ele também deixou estátuas e painéis em praças públicas da capital gaúcha e de São Paulo.
Nascido em Traun, na Áustria, em 7 de agosto de 1919, Francisco Stockinger emigrou com a família para Santo Anastácio, no interior de São Paulo, em 1921, quando tinha 2 anos. Em 1929 foi morar na capital paulista e em 1937 transferiu-se para o Rio de Janeiro, onde fez cursos na área da aviação e diplomou-se em meteorologia. Começou seus estudos artísticos no Liceu de Artes e Ofícios em 1946 e no ano seguinte passou a trabalhar no estúdio de Bruno Giorgi.
Depois do conviver com nomes como Di Cavalcanti, Milton Dacosta e Iberê Camargo na então capital federal, optou por viver em Porto Alegre, em 1954. Nos anos 60, suas séries de guerreiros em ferro e madeira foram associadas à resistência ao regime militar enquanto os gabirus, figuras de retirantes nordestinos esculpidas em bronze, foram interpretados como um grito contra a miséria. Além de exposições individuais e coletivas em diversas capitais brasileiras e da participação em diversas Bienais de São Paulo, o artista exibiu suas obras em Paris, Praga, Lisboa, México, Budapeste e Roma.