A crise financeira e a greve de funcionários resultaram na paralisação de duas unidades de saúde ligadas à Universidade Luterana do Brasil (Ulbra), ambas localizadas na Região Metropolitana de Porto Alegre. Desde a última quinta-feira, os atendimentos estão suspensos no Hospital Independência, em Porto Alegre, e no Centro Obstétrico do Hospital Universitário, em Canoas, junto ao campus da universidade.
Na Capital gaúcha, o Hospital Independência não está atendendo nem mesmo às consultas marcadas previamente. Serviços de emergência, cirurgias e internações encontram-se inutilizáveis há mais tempo. O assessor de imprensa da instituição, Sérgio Kolberg, confirmou a permanência da paralisação nos setores de internação e cirurgia. Entretanto, ele ressaltou que as consultas pré-agendadas serão atendidas. Na sexta-feira, apenas dois pacientes ocupavam os 95 leitos, dos quais 57 são destinados ao Sistema Único de Saúde (SUS). A dupla de enfermos estava sob os cuidados de três enfermeiros e dez técnicos em enfermagem.
Os funcionários cruzaram os braços para reivindicar o pagamento de salários atrasados desde novembro. O diretor do Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers), Neio Lúcio Fraga Pereira, inspecionou a casa de saúde ainda na quinta-feira. Ele constatou que consultas marcadas deixaram de ser atendidas. Estatísticas do Simers apontam que o Hospital Independência é responsável por 18% do atendimento de traumato-ortopedia em Porto Alegre. Consequentemente, Pereira avalia que a crise institucional da Ulbra deve superlotar as emergências dos hospitais Pronto Socorro e Cristo Redentor.
Em Canoas, o Hospital Universitário (HU) interrompeu os atendimentos na mesma quinta-feira. O local, situado junto à universidade, também imersa nas dificuldades financeiras, dispõe de cinco salas de parto e 24 leitos na maternidade. O diretor do HU, Wolney Villagran, informou que a paralisação aconteceu por ausência de condições técnicas. Ele destacou que o atendimento está suspenso por período indeterminado.