Sessenta e sete motoristas alcoolizados foram presos em flagrante pela Polícia Militar e outros 289 acabaram multados em março, depois de realizarem o teste do bafômetro na capital paulista. São números recordes desde que a lei seca entrou em vigor, em junho do ano passado, e revelam um aumento na fiscalização em São Paulo.
Na quarta-feira (8/4), o jornal O Estado de S. Paulo mostrou pesquisa do Ministério da Saúde que aponta que o número de pessoas que associam álcool e direção já voltou aos níveis pré-lei seca. Com base nela, o ministro da Saúde, José Gomes Temporão, levantou a necessidade de ampliar a repressão que, para muitos especialistas, teria diminuído.
Mas o crescimento nas detenções e autuações de motoristas alcoolizados está diretamente relacionado ao aumento da fiscalização da PM paulista, que no mês passado aumentou de dois para dez o número de pontos de bloqueio na capital. Quase 8 mil motoristas foram submetidos ao aparelho que mede a quantidade de álcool no ar expirado pelos condutores - outro recorde. O total de 4,49% de motoristas punidos (com prisão ou com multa) registrado no mês passado - 1 para cada 22 que fizeram o teste - é, por outro lado, o menor desde julho de 2008.
Estradas Federais
Também para a Polícia Rodoviária Federal (PRF), a pesquisa divulgada ontem pelo Ministério da Saúde ;não representa a realidade das rodovias federais no País;. ;Dos primeiros meses de vigência da lei seca para cá, verificamos diminuição expressiva no número de pessoas flagradas por dirigirem embriagadas;, disse o inspetor Antônio Castilho, da Superintendência da PRF em Brasília. ;A pesquisa mostra somente uma parte da realidade. Comprovamos isso (o que dizemos) com números.
Segundo a PRF, foram realizadas, entre junho do ano passado e 31 de março deste ano, 120 mil abordagens a motoristas em rodovias federais do País. Em julho e agosto do ano passado, de acordo com a corporação, 1 em cada 9 pessoas abordadas foi flagrada por dirigir com níveis de álcool no sangue superiores ao limite legal.
Em março deste ano, porém, houve um flagrante para cada 16 pessoas abordadas - o que indicaria, para a PRF, maior respeito à legislação entre os motoristas nas rodovias. ;Para nós, é um sinal contrário ao que indicou o Ministério da Saúde;, disse Castilho. ;Mas, com certeza, deve haver uma maior compatibilização das polícias, especialmente em centros menores, onde a lei seca realmente mal é sentida;, admitiu Castilho.