São Paulo - A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) e a prefeitura de São Paulo destruíram nesta quarta-feira (8/4) cerca de 40 toneladas de equipamentos e outros materiais apreendidos em emissoras de rádio, que não tinham licença para operar, na região metropolitana de São Paulo. Esse material estava distribuído em cinco caminhões, que continham cerca de oito toneladas, cada um. Para isso, foi montado uma operação conjunta no hangar da extinta companhia aérea Vasp, no aeroporto de Congonhas, na zona sul da capital paulista, onde o material apreendido foi destruído.
Segundo o gerente regional da Anatel, Everando Gomes Ferreira, esses equipamentos tiveram que ser destruídos porque não poderiam ser doados devido ;a origem duvidosa que têm, não eram aferidos pela Anatel e, por isso, mesmo acabavam interferindo, principalmente, nas orientações da navegação aérea;. Mas, todos os resíduos que ficaram da destruição vão ser doados para entidades assistenciais que têm convênio com a prefeitura de São Paulo.
De acordo com a prefeitura, no meio dos materiais estavam 17 mil CDs, 750 transmissores, 70 antenas e 400 receptores, todos prensados por tratores com rolos compressores. Segundo a Anatel, os materiais referem-se às operações de fechamento de rádios clandestinas, no período dos últimos cinco anos, envolvendo duas mil emissoras. Só no ano passado, conforme a agência, foram fechadas 400 emissoras, na região metropolitana de São Paulo, e l.252 em todo o país.
Essa medida foi criticada pela jornalista Cristina Charão, porta-voz da Intervozes, entidade não governamental, que desenvolve atividades de apoio a rádios comunitárias.;Essas ações vêm reforçar as campanhas realizadas pelas emissoras [comerciais] que procuram criminalizar as rádios comunitárias;, disse ela.
Cristina informou que a maioria das comunidades, que tenta solicitar autorização para colocar as emissoras no ar, não são bem sucedidas. Segundo ela, de um total de cem, apenas dez conseguiram a homologação.