O médico Joaquim Ribeiro Filho, acusado de operar pacientes fora da ordem da fila de transplantes de fígado, foi absolvido pela juíza Lilea Pires de Medeiros, da 21ª Vara Federal, em ação civil por improbidade administrativa. Ela considerou que não houve irregularidades porque os órgão utilizados eram "marginais", ou seja, fora das condições ideais de tamanho, peso e quantidade de gordura. Em sua defesa, Ribeiro Filho apresentou declarações de pacientes que estavam nos primeiros lugares na fila e que confirmaram não quererem receber o órgão nessa condição.
O advogado de defesa, Paulo Freitas Ribeiro, afirmou que o fato do médico ter sido absolvido tanto na ação civil quanto pelo Conselho Regional de Medicina mostra que não existem provas contra seu cliente. Ribeiro Filho e outros médicos que operavam em sua equipe, no Hospital Universitário Clementino Fraga Filho, no Fundão, foram presos em agosto do ano passado na Operação Fura-Fila da Polícia Federal. Ribeiro Filho foi acusado de peculato (corrupção praticada por funcionário público). Todos eles já estão soltos e podendo exercitar normalmente a profissão.
A procuradora da República Marina Filgueiras informou que pretende entrar com recurso pedindo a anulação da sentença. Ela afirma que, apesar da suspeita de que o fígado não seja marginal conforme alegou Ribeiro Filho, não foi feita nenhuma perícia para comprovar sua qualidade, apesar de uma amostra do órgão ainda estar disponível.
A ação, movida desde 2003, trata do caso do transplante de Jaime Ariston, irmão do então secretário estadual de transportes. Ele foi operado quando era o 32º da fila. Ribeiro Filho responde ainda a uma ação criminal que julgará a ação do médico em outros dois casos além do de Ariston
fonte: Agência Estado