Jornal Correio Braziliense

Brasil

Taxas e incidências de mortalidade de tuberculose no Brasil apresentam queda

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Embora o Brasil esteja entre os 16 países com maior número de casos de tuberculose no mundo, nos últimos 7 anos as taxas de incidência e mortalidade de tuberculose no país caíram 24,4% e 31%, respectivamente, segundo anunciou nesta segunda-feira (23/3) o Ministério da Saúde. Em 2007 foram registados 72 mil novos casos, com 4,5 mil mortes. A média nacional é 38,2 casos por cem mil habitantes. O Rio está entre as capitais com a maior taxa (média de 73,27). Na segunda-feira, o ministro da Saúde, José Gomes Temporão, anunciou que o SUS oferecerá, a partir do segundo semestre, o comprimido de dose fixa combinada, ou quatro em um. Ele será produzido a partir de um acordo de transferência de tecnologia com o fabricante indiano. Esta droga reduz de seis para dois o número de pílulas diárias que devem ser tomadas, facilitando a adesão ao esquema de seis meses. No Brasil, 8% abandonam o tratamento e isto torna a doença multirresistente. Os anúncios foram feitos hoje na abertura do III Fórum de Parceiros Stop TB, promovido pela Organização Mundial de Saúde (OMS), com a participação de diversas ONGs. Os especialistas reunidos no Rio alertaram que a atual crise econômica mundial ameaça o combate à doença, que mata cinco mil pessoas por dia e é associada à pobreza. "A crise econômica piora a situação. Apesar de avanços, há longo caminho a trilhar, especialmente no que diz respeito à resistência", disse Marcos Espinal, secretário-executivo da Stop TB. Temporão garantiu, no entanto, que o país não cortará verbas para tratamento e prevenção. O ministro anunciou ainda o lançamento do programa Tratamento Diretamente Observado, para garantir que o paciente siga à risca a terapia. "A desigualdade social é um dos fatores de disseminação da tuberculose. O tratamento é negligenciado. Temos métodos de diagnóstico e tratamentos do século passado", disse. "O Brasil pode e deve fazer mais", disse Temporão, lembrando que sofreu de tuberculose na adolescência. O Brasil foi escolhido para sediar o encontro porque, apesar de ocupar a 16a. posição no "ranking", tem investido em prevenção e tratamento. E pode servir de modelo para outros países. São registrados anualmente 8 milhões de casos no mundo e 1,6 milhão de mortes. Texto de Antônio Marinho