O Rio de Janeiro é o estado com maior incidência de casos de tuberculose no país. Por ano, a média é de 73,27 casos em cada grupo de 100 mil habitantes. No Brasil, a média é de 38,2 casos para cada 100 mil pessoas. Os dados foram divulgados nesta segunda-feira (23/03) pelo Ministério da Saúde, durante o 3º Fórum Mundial de Parceiros Stop TB, principal evento internacional sobre iniciativas de erradicação da tuberculose, que segue até a próxima quarta-feira (25).
Na abertura do encontro, o ministro da Saúde, José Gomes Temporão, afirmou que a situação crítica da doença no Rio se deve principalmente à falta de investimentos na área de atenção básica, sobretudo no Programa Saúde da Família (PSF), que leva o médico até as comunidades mais carentes e facilita o acompanhamento do tratamento.
;No Rio, a cobertura do PSF é de 3,7% e por isso temos um centro de saúde esperando que o paciente o procure, enquanto na maior parte do país a estratégia é o contrário, as unidades vão até os pacientes;, disse o ministro.
Segundo Temporão, a meta do ministério é aumentar a cobertura do programa no Rio para 75%, por meio de parceria com os governos do estado e da capital fluminense.
O médico Oscarino dos Santos Barreto Jr., que trabalha em uma das unidades do programa, alerta que o acompanhamento do paciente com tuberculose é fundamental. ;Como o tratamento é longo, de pelo menos seis meses, e surte resultados em poucos dias, muitos pacientes, ao se sentirem melhor, param de tomar a medicação e isso contribui para o surgimento da tuberculose multirresistente. Aqui, nós vemos o paciente tomando o remédio e se ele não comparece à consulta, nós vamos buscá-lo e o incentivamos a continuar o tratamento."
A tuberculose afeta principalmente os pulmões. O bacilo de Koch, bactéria que provoca a doença, é transmitido pelo ar, por meio da tosse, da fala e do espirro.
A doença está diretamente ligada à pobreza e à aglomeração urbana. As populações mais vulneráveis à tuberculose são moradores de rua, detentos e pessoas que têm HIV.