Jornal Correio Braziliense

Brasil

Inclusão muda perfil de egressos na Medicina da USP

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Os três melhores colégios particulares do Estado de São Paulo - Vértice, Bandeirantes e Móbile - não tiveram um só aluno entre os aprovados para o curso de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) neste ano. Já o número de estudantes de escolas públicas convocados para o curso foi recorde das últimas décadas - na USP Pinheiros chegou a 37,7% do total de aprovados. A Medicina tem os candidatos com as notas mais altas e é um dos cursos mais disputados da Fuvest. Para os diretores dos colégios, o programa de inclusão da USP, o Inclusp, seria uma das razões para o resultado deste ano. Por meio dele, jovens da rede pública recebem até 12% de pontos a mais no vestibular. As três escolas aparecem desde 2006 no topo do ranking do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), único medidor oficial do desempenho de estudantes de escolas privadas do País. Seus alunos chegam a acertar mais de 80% da prova. O quarto no ranking é o Colégio Santa Cruz, que aprovou um aluno na Medicina. Os números foram passados pelos próprios colégios para o Estado. A USP tem pesquisas semelhantes, mas não divulga. Os dados consideram apenas alunos que terminaram o ensino médio em 2008 e não os que fizeram cursinhos depois de formados nessas escolas. O curso de Medicina na capital, um dos melhores do País, tem 175 vagas. Neste ano, 66 delas (ou 37,7%) foram ocupadas por alunos de escolas públicas. Em 2008, eram 9,7%. Na primeira fase da Fuvest, a média dos convocados em Medicina foi de 80 acertos (em 90 questões). A USP não mais divulga a nota final dos que foram aprovados, posição que é criticada por alguns donos de colégios. Cada vestibulando recebe apenas seu desempenho em casa. A média geral de aumento da proporção de alunos da rede pública na USP foi de 15% neste ano.