O Centro de Treinamento Tático (CTT), que fica em uma área arrendada dentro da fábrica da Companhia Brasileira de Cartuchos (CBC), em Ribeirão Pires, na Região Metropolitana de São Paulo, foi invadido no final da noite desta quinta-feira por dez homens que roubaram 12 fuzis e 40 pistolas, além de cerca de 60 mil cartuchos de munição. No site do centro de treinamento, o CTT afirma ser "um empreendimento único na América Latina por conjugar, numa parceria de excepcional eficiência, uma indústria de munições do porte da CBC a uma estrutura de ensino na área tático policial".
O secretário de Segurança Pública de São Paulo, Ronaldo Marzagão, criticou as condições de segurança e armazenamento das armas do local. "É um lugar absolutamente inseguro", afirmou o secretário ao sair de uma visita ao CTT, por volta das 2h de hoje. "Não é possível que fuzis e armas sejam guardados assim", avaliou. De acordo com Marzagão, as armas do CTT - entre elas fuzis, pistolas calibre 40 e 380 e carabinas calibre 12 - são armazenadas em um local protegido por duas portas com travas. Ao final do expediente, um funcionário trava as portas, liga um alarme e vai embora.
Marzagão definiu o roubo como um "fato lamentável" e disse que, com as fotos da perícia em mãos, comunicará o fato hoje ao Exército, responsável pela fiscalização. Ainda conforme o secretário, 85 viaturas e 240 homens das polícias Civil e Militar estão nas ruas no trabalho de abordagens e investigação do caso. Durante a madrugada, um dos alvos de buscas da polícia foi a favela Paraíso, nas proximidades do local do roubo. Uma trilha de cerca de 40 minutos separa a favela das instalações da CBC. Até o início da manhã de hoje, ninguém foi preso e as armas não foram recuperadas. Há suspeitas de que os criminosos pertençam ao Primeiro Comando da Capital (PCC).
Nota
A advogada e representante do CTT, Eleusa Velista, divulgou uma nota à imprensa no início da madrugada de hoje, na qual afirma que um funcionário foi rendido por dez bandidos armados por volta das 18h de ontem. Ameaçado, ele foi obrigado a abrir as instalações do CTT. Segundo a nota, foram roubados "materiais de utilização em treinamento em cursos de segurança pessoal e patrimonial".