As cidades localizadas em regiões de fronteira também aproveitam os quatro dias de carnaval com muita folia. É o caso de Tabatinga (AM), na fronteira com a Colômbia, e de Oiapoque (AP), com a Guiana Francesa.
Tabatinga, com mais de 45 mil habitantes, tem nos 10 blocos a força do seu carnaval de rua. A cidade recebe nos quatro dias de festa cerca de 15 mil foliões. Moradores do Peru e da Colômbia, países sem tradição carnavalesca, aproveitam para brincar o carnaval em Tabatinga. O povo dos dois países participam ativamente conosco, do nosso carnaval. É tudo uma grande irmandade, não tem divisões não, revela o prefeito, Saul Demergui.
O mesmo acontece no município amapaense de Oiapoque, a 600 quilômetros da capital, Macapá. Por muitos anos, o Cabo Orange, que fica na cidade, foi conhecido como o ponto mais ao norte do Brasil depois descobriu-se que é, na verdade, o monte Caburaí, em Roraima.
Ainda que tão distante de tudo, o Oiapoque tem quatro dias de intensa folia, e nem mesmo a chuva, que não parou de cair nos últimos dias, atrapalhou o desfile das duas escolas de samba e dos diversos blocos de rua da cidade. Nossa escola desceu ontem (23) debaixo de chuva, de muita chuva mesmo. Mesmo assim, é uma festa muito bonita, são quatro dias de festa bem bonitos. Nem essa chuva toda faz o povo arredar o pé da avenida, disse o carnavalesco da escola de samba Mais que Prazer, Murilo Fortaleza.
Assim como acontece em Tabatinga, com os seus vizinhos que vivem no Peru e na Colômbia, moradores da Guiana Francesa aproveitam o carnaval no Oiapoque. Desceu um grupo da Guiana [Francesa], dançando o famoso trululu deles, o grupo Mufá-Melê. Eles desceram com a gente na avenida. A escola passou, eles vieram atrás, e começaram a batucada deles, depois que a gente saiu. O povo gosta muito porque é fronteira. É uma união de culturas aqui, afirmou.