Jornal Correio Braziliense

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Ministro manda investigar líderes do MST que mataram seguranças em Pernambuco

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Brasília - O ministro do Desenvolvimento Agrário, Guilherme Cassel, afirmou "que nada justifica a violência" ocorrida em Pernambuco, neste sábado (21/02), quando líderes do MST mataram a tiros quatro seguranças da Fazenda Consulta, localizada em São Joaquim do Monte, a 137 quilômetros de Recife (PE). Cassel determinou que a Ouvidoria Agrária Nacional apure o que ocorreu e faça um relato ao governo federal. Aluciano Ferreira dos Santos, de 31 anos, e Pedro Alves, de 62, acusados pelos assassinatos, estão presos e indiciados por homicídio. Os dois são líderes do movimento na região de São Joaquim. Uma terceira pessoa, também do MST, teria participado da chacina. Em nota distribuída nesta segunda-feira (23/02), o MST não negou a autoria dos assassinatos. Atribuiu os crimes a uma reação à investida dos seguranças, que os sem-terra chamam de "pistoleiros". O MST diz que os seguranças teriam sido contratados pelos donos das Fazendas Consulta e Jabuticaba - esta também alvo dos sem-terra. De acordo com Guilherme Cassel, as propriedades estão em processo de desapropriação. Foram declaradas improdutivas pelo Incra. Mas os proprietários lutam na Justiça desde 2000 para impedir que sejam usadas na reforma agrária. Assim como Guilherme Cassel, o MST também quer a presença da Ouvidoria Agrária Nacional na região. Na nota distribuída pelo movimento, é solicitado ao Ministério do Desenvolvimento Agrário que envie a Pernambuco o ouvidor Gercino José da Silva Filho. Cópia da nota foi mandada ao ministro-chefe da Secretaria dos Direitos Humanos, Paulo Vannucchi. Nas suas justificativas, o MST acusou os fazendeiros de contratar milícia particular para perseguir sem-terra. "O senhor Esterlino Guerra, um dos herdeiros de uma delas, contrata milícias de pistoleiros para ameaçar as famílias e proteger a fazenda", diz a nota. As Fazendas Consulta e Jabuticaba foram ocupadas em 2000 por famílias de sem-terra. Desde então, é travada na Justiça intensa luta. Várias decisões judiciais determinaram a desocupação. O último despejo ocorreu na quinta-feira passada, dia 19. Cerca de trezentos policiais garantiram a reintegração de posse. No sábado integrantes do MST mataram quatro pessoas, acusando-as de integrar um esquema de pistolagem a mando dos fazendeiros.