A Nenê de Vila Matilde fechou a primeira noite de desfile do Grupo Especial de São Paulo com festa nas arquibancadas e confusão nos bastidores. A Verde e Branca, que completa 60 anos, cantou sua própria história no enredo "60 Anos Coração Guerreiro - A Grande 'Refazenda' do Samba". Uma discussão acalorada entre o carnavalesco da Nenê, Lucas Pinto, e a decoradora do terceiro carro alegórico logo na largada da escola deu o tom da sucessão de tropeços em que se transformaria o desfile. Apesar do capricho das fantasias - predominantemente azuis, cor da escola -, a evolução ficou comprometida por problemas na segunda alegoria
O presidente da Nenê, Alberto Alves da Silva Pinto, o Betinho, explicou: "Primeiro, o carro enguiçou. Depois, acabou danificado por ser muito grande." Uma escultura de mulher teve um braço quebrado. O problema fez com que duas alas tivessem de passar à frente do carro, atrapalhando a escola. "Isso acontece", lamentou. "O importante é que o público gostou e o resto os jurados vão analisar." Os percalços fizeram com que boa parte da diretoria da Nenê chorasse depois do fechamento dos portões, na dispersão
O público, fiel, não demonstrou se importar com as falhas da escola. Cantou e dançou durante todo o desfile. Os integrantes da Azul e Branca respondiam com reverências e acenos às arquibancadas. Antes mesmo de a agremiação pisar na avenida, o público já gritava: "Nenê, cadê você? Eu vim aqui só para te ver." E depois que os últimos componentes cruzaram o Sambódromo, a arquibancada cantou junto com os integrantes que estavam na dispersão: "Tá pensando o quê? Sou Nenê, sou Nenê, sou Nenê!