A cidade de Salvador aproveita o período de carnaval para promover a igualdade de raça e gênero. Por isso, o município ofereceu aos foliões, a partir desta terça-feira (17/02), o Observatório da Discriminação Racial e da Violência contra a Mulher ; um serviço de denúncias sobre atos de racismo e de violência.
Segundo a oficial de Programa em Saúde Reprodutiva e Direitos do Fundo de População das Nações Unidas (Unfpa), Fernanda Lopes, os cuidados com a segurança devem ser redobrados no carnaval.
;O carnaval é um período de festa e de confraternização, mas também é um momento para se preocupar com a segurança, com a integridade física e também com a valorização da dignidade das pessoas;, disse Fernanda.
O Observatório da Discriminação surgiu em 2006 para oferecer atendimento jurídico às vítimas de discriminação. No ano seguinte, ampliou sua ação para combater a violência contra a mulher.
Salvador é a maior cidade negra fora da África. Mesmo assim, os afrodescendentes são afetados pelo racismo e pela desigualdade, principalmente no carnaval, quando a população se mistura com os turistas.
;Neste período, a população da cidade se junta aos turistas. Durante o carnaval, os moradores (da cidade) se tornam trabalhadores informais e são eles as principais vítimas da violência;, disse Fernanda. Ela acha que a iniciativa de Salvador pode ser seguida por outras cidades brasileiras.