O diretor do Instituto de Tecnologia em Fármacos (Farmanguinhos) da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Eduardo Costa, disse nesta segunda-feira que o laboratório deve entregar em março uma proposta ao Ministério da Saúde para o desenvolvimento de dois remédios antiaids. ;O Tenofovir é mais urgente e, como não tem patente, pode ser produzido até o final do ano.; Já com o Atazanavir será mais complicado. Além de ser patenteado pela Bristol-Myers, não existe fabricante do genérico. ;A lei não impede a pesquisa e o desenvolvimento. Podemos ir nos preparando para quando cair a patente.;
O ministro da Saúde, José Gomes Temporão, também afirmou ontem que ainda ser cedo para falar em licenciamento compulsório (quebra de patente), mas a Fiocruz está estudando um cronograma para dar início à produção de Atazanavir. Esse medicamento representa um avanço no tratamento contra a aids por dois motivos: é da classe dos inibidores da protease que pode ser tomado apenas uma vez ao dia (são dois comprimidos por vez) e, segundo pesquisas, não causa o aumento dos níveis de colesterol e triglicerídios no sangue, ao contrário dos outros antirretrovirais de sua classe.
Por causa dessas vantagens, o Atazanavir tem sido indicado como uma das primeiras escolhas de tratamento para aqueles pacientes soropositivos que precisam tomar os inibidores da protease. Em 2005, os pacientes enfrentaram uma crise no abastecimento de Atazanavir. Por alguns meses a droga deixou de ser distribuída pelo Sistema Único de Saúde (SUS) por dificuldades de negociação do governo com o laboratório.