A comunidade de famílias ribeirinhas de Juruti, no oeste do Pará, bloqueou a estrada que dá acesso à empresa Alcoa, como forma de protestar contra a falta de diálogo da mineradora com os moradores da região. Segundo o Ministério Público Federal (MPF) do Estado, os comunitários querem discutir os impactos socioambientais decorrentes da implementação da empresa na área. Desde quarta-feira, as famílias mantêm bloqueado o porto da empresa, no distrito de Juruti Velho.
Uma reunião foi marcada para hoje e o procurador da República Marcel Brugnera Mesquita, do MPF em Santarém, encaminhou ofícios à governadora paraense, Ana Júlia Carepa (PT), à Casa Civil do governo estadual, à Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema) e ao Instituto de Terras do Pará (Iterpa) solicitando a participação de representantes desses órgãos na reunião.
Além dos impactos diretamente sofridos pela população do entorno do empreendimento, o MPF está levantando dados sobre problemas relativos a direitos sociais básicos criados a partir da instalação da empresa no município, como os impactos nas áreas de saúde, moradia e educação. Em consequência das falhas no licenciamento, a Alcoa já responde a processo movido pelo Ministério Público do Pará e pelo MPF-PA pedindo a anulação das licenças.