Jornal Correio Braziliense

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Gate cometeu infração disciplinar no caso Eloá, aponta investigação

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O Inquérito Policial Militar (IPM) instaurado para apurar a atuação do Gate (Grupo de Ações Táticas Especiais) no desfecho do caso que terminou com a morte de Eloá Pimentel, 15, aponta que houve infração disciplinar. A menina morreu em outubro do ano passado, após ser mantida refém por Lindemberg Alves, seu ex-namorado, em Santo André (Grande São Paulo). Segundo o Ministério Público, que recebeu o IPM na última sexta-feira (16/01), investigação se subdividiu em duas linhas: o retorno da menina Nayara Rodrigues ao cativeiro, após mais de 30 horas após ser libertada, e a invasão do apartamento pelos PMs, no desfecho do caso. Laudo periciais ainda devem ser anexados ao documento. O promotor José Roberto Jauhar Julião, que acompanha o IPM, disse que se manifestará após a adoção de todas as providências. Processo Na última quinta-feira (15/01), o Tribunal de Justiça de São Paulo concedeu liminar à defesa de Lindemberg, suspendendo temporariamente o processo contra o jovem. A decisão do desembargador Pedro Menin, da 16ª Câmara de Direito Criminal, suspende a ação até que seja julgado o pedido de habeas corpus feito pela defesa de Lindemberg. A defesa pede a "nulidade absoluta da pronúncia", realizada no último dia 8, quando a Justiça determinou que o jovem fosse submetido a júri popular. No pedido de habeas corpus, a defesa de Lindemberg argumenta que o jovem teve sua defesa cerceada quando "foram indeferidas as oitivas de dois policiais que participaram da invasão do apartamento palco do infausto, bem como da tardia juntada das degravações incompletas e do laudo de restituição." Crime Inconformado com o fim do namoro de mais de dois anos, Lindemberg decidiu render a ex-namorada no dia 13 de outubro, ao invadir o apartamento dela, em um conjunto habitacional do Jardim Santo André, em Santo André. O rapaz responde pelos crimes de homicídio qualificado (motivo torpe e recurso que dificultou a defesa da vítima), tentativa de homicídio (contra Nayara Rodrigues, amiga de Eloá e que também foi rendida), cárcere privado e disparo de arma de fogo.