As comunidades quilombolas reconhecidas até agora em São Paulo foram aquelas que melhor preservaram as tradições e a cultura dos grupos de escravos ou ex-escravos que deram origem a elas, segundo explicações do especialista Carlos Henrique Gomes, que presta assistência à diretoria do Instituto de Terras de São Paulo (Itesp) na área de quilombos. ;Algumas comunidades preservaram de maneira muito clara suas tradições e por isso foram reconhecidas rapidamente;, diz. ;Em outras não há nada que as identifique como remanescentes de quilombos, o que torna o processo mais difícil.;
Isso significa que daqui para frente os conflitos entre órgãos públicos e comunidades tendem a se acentuar. Existem 28 pedidos de reconhecimento correndo no Itesp e outros podem surgir no decorrer deste ano. Mas nem todos, a julgar pelas declarações do assessor do Itesp, serão atendidos.
;O relatório de reconhecimento, que aponta a área reivindicada como verdadeiramente remanescente de quilombo, é rigoroso, com um lado antropológico que inclui mapas detalhados da região, a árvore genealógica das famílias e outros aspectos;, afirma. ;Houve o caso de uma comunidade que desistiu no meio do caminho. Seus integrantes chegaram à conclusão de que não tinham mais nada a ver com quilombolas e não queriam ser identificados desta maneira.;