O tempo de busca por um doador de medula óssea no Brasil caiu de um ano e seis meses para seis meses. Por causa da intensificação das campanhas, a meta de registro de doadores foi alcançada três anos antes do previsto - 940 mil pessoas estão cadastradas (a previsão era chegar a 920 mil em 2011). Em 2009, o Instituto Nacional do Câncer (Inca) iniciará o processo para manter o doador, com o objetivo de dados como endereço e telefones serem constantemente atualizados.
O Centro de Transplante de Medula Óssea (Cemo) foi criado em 1993 e, até 2003, tinha nos registros os dados de 35 mil possíveis doadores - que fizeram o exame de sangue e se disseram dispostos a doar a medula, caso sejam compatíveis com algum paciente. O maior salto de cadastro de doadores havia ocorrido em 2000, com a novela Laços de Família, da Rede Globo de Televisão, em que uma personagem sofria de leucemia. Naquele momento, o registro passou de 11 mil para 25 mil.
A partir de 2004, o Inca passou a fazer campanhas para captar doadores em todo o País - os trabalhos começaram com um evento dentro do hospital, com os funcionários, para servir de exemplo. "O mais importante é que começamos a ter diversidade étnica. A população brasileira tem muita mistura. O Sul tem característica de imigrantes europeus. No Paraná, que tem muitos doadores, não se consegue achar quem seja compatível com paraenses ou pernambucanos", afirma o diretor do Cemo Luís Fernando Bouzas.
Até 2004, o cadastro era praticamente formado por moradores do Sul e do Sudeste. Somente 3% dos registros eram de pessoas do Norte, Nordeste e Centro-oeste - esse índice subiu para 15%. "Temos uma satisfação grande porque a população está se comprometendo", disse. Apesar do crescimento, o Cemo ainda não chegou ao número ideal de cadastro de possíveis doadores.
Hoje, é possível atender de 65% a 70% dos pacientes com o banco nacional. Para o restante, é preciso recorrer aos bancos internacionais - e o custo da busca (testes e transporte) passa de R$ 12 mil para US$ 32 mil (cerca de R$ 75.500).