A educação no Brasil avançou, mas não como o esperado, conclui o relatório divulgado nesta quinta-feira (11/12), em São Paulo, pelo Movimento Todos pelo Educação, dois anos depois do lançamento do projeto. De acordo com os dados, a taxa de crianças e jovens de 4 a 17 anos na escola em 2007 foi de 90,4%, maior do que em 2005 (88,8%), mas ainda inferior à meta de 91%. Com relação à segunda meta, a taxa de alfabetização das crianças de 8 anos no país é de 88%, enquanto a meta é a de que até 2010, 80% dessas crianças estejam plenamente alfabetizadas e até 2022, 100% das crianças.
Esses dados correspondem à primeira meta estabelecida pelo movimento: toda criança e jovem de 4 a 17 anos na escola. As outras metas são: toda criança plenamente alfabetizada até os 8 anos; todo aluno com aprendizado adequado à sua série; todo jovem com o ensino médio concluído até os 19 anos e investimento em educação ampliado e bem gerido.
O relatório aponta ainda que em 2007, quando a meta era de 29%, 27,9% dos alunos da quarta série do ensino fundamental aprenderam o conteúdo adequado para sua série em língua portuguesa. Na oitava série esse valor chegou a 20,5%, quando a meta era de 20,7%. No ensino médio, o esperado para 2007 era 23,5% e o resultado obtido foi de 24,5%. Com relação à matemática, houve melhora tanto na quarta quanto na oitava série. Para a quarta série, a meta era de 21,1% e o resultado foi de 23,7%. Na oitava, a meta era de 14,1% e o obtido foi de 14,3%.
As metas com relação à conclusão do ensino médio também foram alcançadas. Segundo os dados, 60,55 dos jovens de 16 anos concluíram o ensino fundamental e 44,9% o ensino médio. As metas propostas para 2007 eram de 58,9% e de 42,1% respectivamente.
Já com relação ao investimento e gestão da educação, o Brasil passou de 3,9% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2005 para 4,4% em 2006. Na educação básica , o investimento passou de 3,2% em 2005, para 3,7% em 2006. A meta definida pelo movimento é a de que sejam destinados 5% do Produto Intero Bruto (PIB) até 2010.
O presidente executivo do Movimento Todos pela Educação, Mozart Neves Ramos, reforçou que é preciso fazer um esforço muito maior e revigorar as expectativas existentes para o futuro, com medidas estruturais. ;São necessárias medidas importantes que possam levar à valorização do professor, acompanhamento da aprendizagem, o mérito e desempenho de nossos alunos.;
Ramos enfatizou que o ponto mais crítico está na aprendizagem no ensino médio. Segundo ele, o ensino médio brasileiro não tem identidade e não prepara o jovem para o mundo, sendo um exemplo de desmotivação para os alunos que acabam abandonando os estudos. ;O jovem quer uma escola que caiba na vida, que ele possa fazer o ensino médio, ir para a universidade ou para o mundo do trabalho. Falta professor, qualificação dos professores, ter uma estrutura curricular e estrutura física, com laboratórios de ensino, de informática e bibliotecas atualizadas;, disse.
Ao ser questionado sobre a possibilidade de alcançar as metas, ele afirmou que não adianta traçar metas fáceis de serem alcançadas, mas fracas do ponto de vista da competitividade do país, da inserção tecnológica, da academia e do mundo do trabalho. ; O Brasil está deixando de ser o país que tinha a crise do desemprego para ser o do apagão da mão-de-obra qualificada. Precisamos ter jovens qualificados para ocupar os postos que existem no mundo do trabalho.;