Neste ano, a Polícia Militar de São Paulo matou mais, proporcionalmente, do que após os ataques de maio de 2006 do Primeiro Comando da Capital (PCC). Atualmente, os assassinatos cometidos por PMs representam 8% do total dos homicídios entre janeiro e setembro, de acordo com registros oficiais da Secretaria de Segurança Pública. Há dois anos, quando os homens da corporação estavam pressionados pelos ataques da facção criminosa, as mortes por PMs responderam por 7,8% dos casos nesse período.
Ainda assim, a situação é melhor do que em outros Estados. No Rio, a proporção atual é de 18% (no Estado vizinho houve 4.697 mortes violentas nesse período, 849 cometidas pela polícia). Em média, de cada 12 pessoas assassinadas em São Paulo, uma morreu com um tiro disparado por um policial militar. A porcentagem de homicídios concentrada nas mãos da PM é mais do que o dobro do que o padrão tolerável (3%), usado pelo Centro de Estudos de Segurança e Cidadania (Cesec), da Universidade Cândido Mendes. Os registros oficiais paulistas usam a mesma metodologia do Cesec.
Segundo os três balanços trimestrais de 2008, a Polícia Militar paulista matou 296 pessoas, aumento de 5,7% com relação ao mesmo período do ano passado (280). Na contramão, há queda geral de homicídios - respectivamente redução de 12,4% no mesmo intervalo de tempo. Em 2006, foram 5.276 mortes, 413 por PMs. Os dados foram levantados pela reportagem, com base nos registros oficiais da Secretaria de Segurança Pública, somando homicídios dolosos (com intenção de matar), latrocínios (roubo seguido de morte) e mortes em geral cometidas pela polícia.