O brasileiro passou a viver em média 5,5 anos a mais do que na década passada. Levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgado na segunda-feira mostrou um avanço na expectativa de vida, que era de 67 anos em 1991, para 72,5 em 2007. A violência e os acidentes de trânsito, que só em 2005 mataram 76.730 pessoas no país, reduzem 2,9 anos dessa média. Ou seja, se essas mortes não ocorressem, a expectativa poderia ser superior a 75 anos.
A aposentada Neuza Marinho de Campos está quase lá. Com 74 anos, ela conserva uma rotina agitada. Faz ginástica, passeios, vai a churrascos, participa de palestras e seminários. ;Freqüento grupos da terceira idade e gosto muito. É bom para passar o tempo;, afirma a carioca que mora em Brasília desde 1989. De acordo com o presidente da Associação Internacional de Gerontologia, Renato Maia, entre todos os desafios do envelhecimento, o maior é o pessoal. ;Esses anos que estamos ganhando precisam ser preenchidos com significados, ocupação, bem-estar e não doenças. As próprias pessoas precisam se preparar para isso;, afirma.
Ele destaca ainda os desafios que o poder público tem pela frente, com a massa da população brasileira deixando de ser representada pelos jovens e passando a ser pelas pessoas mais velhas. ;A primeira necessidade é se pensar cuidadosamente numa política em relação à Previdência Social. Na área da saúde, existe outra questão, que é a prevenção e tratamento de doenças crônicas. As cidades também precisam se preparar, garantindo o acesso dos mais velhos aos veículos públicos, locais para socialização, atividades culturais;, destaca.
Mulheres continuarão a viver mais que os homens. Em 2007, a média de vida feminina foi de 76,44 anos. A masculina, de 68,82. Entre as regiões, o Sul apresentou a maior taxa de expectativa de vida, com 74,7 anos. As regiões Sudeste e Centro-Oeste têm 74 e 73,7 anos, respectivamente. No Norte e Nordeste, os índices variaram entre 69,7 e 71,5 anos. A pesquisa do IBGE, intitulada Tábuas da Vida, é feita anualmente e serve de parâmetro para o Ministério da Previdência Social estabelecer a porcentagem previdenciária das aposentadorias, segundo o instituto.
Infância
O levantamento do instituto mostra também que a taxa de mortalidade infantil caiu de 1991 para cá ; de 45,19 óbitos de menores de 1 ano a cada mil nascidos vivos, para 24,32 óbitos. Apesar da melhora considerável, o número permanece distante da chamada Meta do Milênio, traçada pela Organização das Nações Unidas, que é de até 15 mortos a cada mil nascimentos em 2015. Na projeção do IBGE, a taxa brasileira será de 18,2 mortos naquele ano.
VIDA MAIS LONGA
Em 1991, a expectativa média de vida do brasileiro era de 67 anos. Hoje, esse número é de 72 anos