Ilhota, SC, 30 (AE) - Um novo desabamento no Morro do Baú soterrou de 8 a 10 pessoas na tarde deste domingo (30/11). Equipes de resgate estavam trabalhando no local, quando ocorreu mais um deslizamento. Duas vítimas foram levadas para um hospital de Itajaí.
No fim de semana, choveu forte nas montanhas. Só as operações de trazer desabrigados estão autorizadas, mesmo assim com risco elevado. Na madrugada, segundo informações dos bombeiros, houve um grande deslizamento no Braço Serafina, colado ao Baú, já no município de Luiz Alves.
A instabilidade do Morro do Baú e das montanhas ao lado dele está paralisando o trabalho de remoção dos corpos. Toda a área foi considerada como de risco vermelho na sexta-feira. Não se pode trabalhar numa situação como essa. Técnicos do Instituto de Pesquisas Tecnológica (IPT), de São Paulo, sobrevoaram o Morro do Baú para analisar os pontos que continuarão como de risco vermelho e aqueles que serão liberados para o trabalho de resgate de corpos. Hoje ocorreram bem menos operações aéreas e terrestres do que as que vinham sendo realizadas na semana passada.
"A situação está instável, sem condições de trabalho", adiantou o capitão Romeu Rodrigues da Cruz Neto, da Força Nacional. Mesmo assim, a corporação montou hoje dois postos de controle nas áreas de risco vermelho no Baú, onde ficarão acampados 12 homens. "O quadro está piorando, porque chove, desaba, chove, desaba. Há muitas fendas abertas e represamentos, o que tornam o terreno perigoso."
Correndo o risco de dormir numa área instável, os homens da Força Nacional terão a missão de evitar que os imóveis sejam reocupados ou visitados, o que ainda tem ocorrido com freqüência "Estamos retirando as pessoas e tendo de trazê-las de volta. Esses moradores acabam, inconscientemente, adiando o resgate dos corpos." Os socorristas também estarão próximos de dois abrigos em funcionamento lá no alto, com cerca de 50 pessoas cada. No caso de uma evacuação de emergência, eles serão o ponto de apoio para a operação.
Os deslizamentos têm ocorrido em várias localidades do Vale do Itajaí. Só com sete dias ininterruptos de sol o terreno ganharia alguma solidez e as pessoas poderiam voltar às suas casas. Antes disso, o risco de desabar persiste e, no caso de Santa Catarina, é enorme. Em Ilhota, o bairro de Ilhotinha enfrentou novos desabamentos e casas tiveram de ser esvaziadas. Os técnicos do IPT deveriam emitir um boletim ainda hoje, mas a reunião analisando o estudo e as novas orientações para os trabalhos de resgate de corpos e desabrigados só ocorrerá nesta segunda-feira (01/12).