A Agência Brasileira de Inteligência (Abin) está preocupada em evitar ataques de piratas na costa do Rio Grande do Norte. O assunto está entre as ocupações da superintendência do órgão no estado, que é considerado ;;estratégico;; pela agência, também em função das reservas de petróleo e gás.
As revelações são do superintendente estadual Antônio Reinaldo Coelho de Senna. Ele afirma que a Abin têm trabalhado em parceria com a Polícia Federal, a Marinha e outros agentes da segurança nacional para proteger da pirataria as águas da chamada ;;Amazônia Azul;;, que é a faixa de mar que pertence ao Brasil.
Senna lembra que cresce em todo o mundo a preocupação com o problema, que tem se agravado sobretudo na costa leste da África, onde freqüentes seqüestros de navios de grande porte causam prejuízos de centenas de milhões de dólares a diferentes nações. O caso de maior repercussão recentemente foi a retenção de um navio da Arábia Saudita, com uma carga de petróleo avaliada em US$ 100 milhões e 25 tripulantes a bordo.
Informações da Organização das Nações Unidas indicam que 65 navios já foram seqüestrados em 2008 naquela região, onde os piratas usam lanchas rápidas para chegar às embarcações e controlam as tripulações com armas pesadas, ao mesmo tempo em que se utilizam de pessoal e tecnologia em terra para controlar a movimentação de navios militares e evitar contra-ataques. Segundo a ONU, pelo menos 18 seqüestros estão em andamento, com cerca de 300 tripulantes em perigo.
A situação já motivou governos de países como China, Reino Unido, Estados Unidos e Rússia a enviar reforços militares para a região. A ONU já aprovou uma resolução que permite aos navios de guerra atacar piratas em águas somalis. Os países árabes produtores de petróleo também estudam medidas para que a pirataria não inviabilize a rota comercial do Mar Vermelho, uma das mais importantes do mundo.
Estrangeiros
Senna acrescenta que a Abin também está com atenções voltadas às atividades de estrangeiros no Rio Grande do Norte. ;;Há muitos estrangeiros ilegais e existem ligações com o crime organizado. Além disso, nenhum território está livre de ser usado pelo terrorismo internacional;;, pontua.
Embora não revele o número de agentes da Abin que atuam no RN, ele confessa que o efetivo é ;;insuficiente;; para atender à demanda pelos serviços de inteligência no território, O superintendente informa, no entanto, que a agência - que no início do segundo semestre deste ano substituiu seu escritório em Natal por uma superintendência, que funciona no bairro da Ribeira - deve reforçar esse efetivo em breve, com a entrada de cerca de dez aprovados em um recente concurso público.