Jornal Correio Braziliense

Brasil

Redução da mortalidade materna é mais difícil meta a ser alcançada pelo Brasil, diz diretor

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Reduzir a mortalidade materna até 2015 é a meta mais difícil de ser alcançada pelo Brasil entre as propostas pela Organização das Nações Unidas (ONU) para a área da saúde. A avaliação é do diretor do departamento de Ações Estratégicas do Ministério da Saúde (MS), Adson França, que participou hoje (18), em Brasília, da abertura da 1ª Conferência Brasileira de Monitoramento dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio do Setor de Saúde. Entre as 8 metas estabelecidas pela ONU no ano 2000 nos Objetivos do Milênio, três são relacionadas à saúde: reduzir a mortalidade infantil, melhorar a saúde materna e combater o HIV/aids, a malária e outras doenças. Para a saúde materna, o previsto é que os países reduzam, até 2015, 75% da mortalidade materna registrada por eles em 1990. De acordo com França, tanto a Organização Mundial da Saúde (OMS) como Organizações das Nações Unidas (ONU), afirmam que é necessário adotar políticas estratégica por um prazo de 20 a 30 anos para reverter o problema da mortalidade materna. Segundo o diretor, um dos grandes problemas a ser superado no Brasil é a falta de notificação correta das mortes maternas. Muitas mulheres que morrem durante o pré-natal, o parto ou o pós-parto são registradas como vítimas de parada cardio-respiratória ou de falência múltipla dos órgãos. ;Estamos na fase de garantir a notificação compulsória. O MS em acordo com os gestores estaduais e municipais definiu um processo que em 48 horas o profissional precisa informar a morta materna ao município, em 30 dias a secretaria municipal tem que notificar o MS e em até 120 dias a secretaria tem que investigar a causa da morte;, disse França. Outras ações defendidas pelo Ministério é são a defesa da parto natural, a luta contra cesáreas desnecessárias e a qualificação das maternidades brasileiras. ;Em cinco anos pretendemos colher os primeiros frutos e em duas décadas, como foi a experiência da Europa Ocidental, esperamos estar comemorando;, destaca o diretor do MS. A ministra da Secretaria Especial de Políticas para Mulheres, Nilcéia Freire, também apontou a mortalidade materna como o desafio mais difícil de ser enfrentado no país em relação às metas da saúde. Ela destacou o papel da informação para avançar na superação do problema. ;Não basta o governo criar instrumentos, é preciso que toda a sociedade se envolva. Há inúmeras variáveis que influenciam, mas a dificuldade de acesso e à informação é, sem dúvida, um dos pontos principais.;