Jornal Correio Braziliense

Brasil

Estudo vai mapear comunidades de religiões africanas

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Um mapeamento detalhado sobre as religiões de matriz africana está sendo produzido pela Pontifícia Universidade Católica (PUC) do Rio de Janeiro, em parceria com líderes religiosos e a Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir), da Presidência da República. Segundo a coordenadora do estudo na PUC, Denise Pine, o objetivo não é ;abordar questões de caráter ideológico e litúrgico; de religiões como candomblé e umbanda. ;A premissa teórica da pesquisa é que essas casas são verdadeiros 'núcleos duros' de resistência da cultura negra. Elas são muito mais que centros religiosos. São territorialidades negras dentro das cidades.; De acordo com Denise, o estudo foi motivado pela ;perseguição que os terreiros vêm sofrendo "por parte de seguidores de algumas religiões cristãs;. Além do mapeamento geográfico, será produzido um cadastro para reunir informações socioeconômicas sobre as comunidades dos terreiros. Serão avaliadas, por exemplo, acesso a serviços públicos, necessidades de infra-estrutura urbana e se esses espaços estão situados em áreas de encostas ou de proteção ambiental. Três conselhos ; um formado por professores que não são da PUC, um acadêmico da universidade e outro integrado por 14 religiosos ligados aos terreiros estão à frente da pesquisa. ;Isso deixa a gente seguro para trabalhar com um tema tão complexo, fruto de tanto preconceito e de tanta politização na nossa sociedade;, avalia Denise Pine. A pesquisa deverá durar um ano no Rio de Janeiro e será o piloto do projeto. Depois de finalizada a primeira etapa, a Seppir pretende estender o mapeamento para outros estados do país. ;A partir desse levantamento, nós vamos apresentar propostas para os outros ministérios e articular ações de governo para sanar os problemas das comunidades de terreiros;, informa o subsecretário de Comunidades Tradicionais da Seppir, Alexandre Reis. Ele lembra também que muitos terreiros estão em áreas irregulares e que isso causa uma ;insegurança jurídica;. Com o mapeamento, a secretaria também pretende agir para regularizar esses espaços.