Depois de quase dois meses, a greve dos policiais civis de São Paulo chegou ao fim. O retorno dos policiais ao trabalho já está ocorrendo, tanto no interior quanto na capital. A confirmação foi dada nesta quinta-feira (13) Agência Brasil pelo presidente do Sindicato dos Delegados de Polícia Civil do Estado de São Paulo (Sindpesp) José Martins Leal.
O fim da greve foi determinado nesta quarta-feira (12) pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Eros Grau. O ministro cassou liminar concedida anteriormente por ele e decidiu que os policiais civis não tem direito greve, cabendo administração estadual prover no sentido do restabelecimento pleno da prestação dos serviços.
Temos que acatar a decisão [do ministro]. Vamos voltar o atendimento normalidade aos poucos, a partir de hoje, disse Leal.
A categoria ainda pretende continuar reivindicando o reajuste salarial o que pode ocorrer, segundo ele, por meio de manifestações de ruas e passeatas.
Também ontem, os deputados da Assembléia Legislativa em São Paulo aprovaram todos os quatro projetos que tratam da revalorização da carreira policial. Foram aprovados os Projetos de Lei Complementar 59, que trata da reestruturação da carreira de delegado e prevê aumento para a classe; o Projeto de Lei (PL) 60, que reajusta os vencimentos das Polícias Civil e Técnico-Científica; o PL 61, que reclassifica os vencimentos da Polícia Militar; e o PL 57, que trata da aposentadoria especial para os policiais civis. O reajuste aprovado pelos deputados ontem e oferecido pelo governo foi de 6,5% para novembro deste ano e de 6,5% para novembro do próximo ano. Os policiais reivindicavam 15% de reajuste para este ano, 12% para 2009 e 12% para 2010.
Leal comemorou o fato de a categoria ter conseguido obter aposentadoria especial, mas criticou o valor de reajuste aprovado pelos deputados. Foi muito ínfimo, disse ele.
Apesar de a categoria não ter conseguido acertar os valores que desejava, Leal vê como positivo o balanço da greve. A nossa grande vitória foi a moral. Pela primeira vez, o funcionalismo público pôde fazer uma greve oficial.