A partir do próximo mês, os principais hospitais privados do país que oferecem tratamentos de ponta não terão mais de garantir 60% dos atendimentos pelo sistema público de saúde para manter o certificado de filantropia e a isenção de tributos e contribuições previdenciárias, anunciou ontem, em São Paulo, o ministro da Saúde, José Gomes Temporão.
Segundo o ministro, para manter os benefícios, as unidades habilitadas pelo ministério poderão oferecer, em vez do percentual de atendimentos, um pacote de serviços ao Sistema Único de Saúde (SUS), como pesquisas de interesse da saúde pública, treinamento de profissionais do sistema e avaliações para a incorporação de tecnologias.
No início, serão beneficiadas principalmente unidades privadas de São Paulo, como os hospitais Albert Einstein, Sírio-Libanês, HCor e Samaritano. O Hospital Oswaldo Cruz, que não tinha o certificado de filantropia, também será beneficiado. O Hospital Moinhos de Vento, de Porto Alegre, é outro incluído na mudança, que ocorre com base em decreto editado no fim de 2006 pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e regulamentado no ano passado.
;São os melhores hospitais brasileiros, de excelência, e são unidades sem fins lucrativos, filantrópicas. Elas irão oferecer ao SUS, em vez da estratégia tradicional, que são exames, consultas, internações, o que têm de mais importante: conhecimento, capacidade técnica, capacidade de gestão, capacidade de realizar pesquisas, desenvolvimento tecnológico. É uma inovação e tenho esperança de que a gente inicie um novo padrão de relacionamento com o sistema privado;, disse Temporão, depois de um almoço com mais de 300 empresários associados ao Grupo de Líderes Empresariais (Lide), entre eles representantes dos hospitais beneficiados.