Jornal Correio Braziliense

Brasil

Associação de servidores da Funarte rebatem acusações do ex-presidente

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A Associação de Servidores da Fundação Nacional de Artes (Asserte) respondeu nesta quinta-feira (9) às acusações de que apenas um grupo de 15 funcionários teria reclamado ao Ministério da Cultura sobre abusos na gestão de Celso Frateschi, que pediu o afastamento do cargo na segunda-feira (6). O ex-presidente da Funarte declarou, na noite de terça-feira (7) que os servidores da casa estavam insatisfeitos. ;Está todo mundo dando graças a Deus de eles terem saído. As pessoas se abraçam, riem e dizem 'meu Deus, que clima leve que está aqui'. Dá até vontade de rir quando ele [Frateschi] diz que isso é coisa de 15 lobistas;, disse a presidente da Asserte, Paula Nogueira. Após a declaração de Frateschi, a associação providenciou um abaixo-assinado de apoio ao manifesto encaminhado ao Ministério da Cultura, que acusava a gestão de Celso Frateschi de ;intimidar; funcionários, com ações abusivas e assédio moral. ;A intimidação era crescente por conta de uma centralização excessiva da gestão do Celso Frateschi e Pedro Braz [diretor executivo]. Inclusive, ele [Braz] criou uma espécie de triunvirato aqui dentro, onde decidiam ele, o auditor e a procuradoria jurídica, todas as questões da casa. Nada, de um simples grampo a um toner, nada poderia ser feito sem a autorização dele;, defendeu. Segundo Paula, a assembléia não tinha 15 "lobistas, como Frateschi saiu espalhando na mídia;. A ata do encontro, pontua sete problemas e cita ;ineficiência administrativa; e ;editais impostos pela direção;. Em entrevista, o ex-presidente da Funarte disse que ;infelizmente o ministério deu ouvidos a eles [a associação de funcionários];. A Asserte também rebateu as declarações do ex-presidente de que o acúmulo de processos que aguardavam a análise da Funarte para enquadramento na Lei Rouanet (de Incentivo à Cultura, nº 8.313/91) teria ocorrido por causa da greve dos servidores, no ano passado. A associação atribui o acúmulo a uma paralisação voluntária, por cerca de sete meses, do funcionamento do setor que analisa os processos, em decorrência da não-renovação de contratos de sete dos 11 pareceristas externos (responsáveis pelas análises), o que teria deixado 3,2 mil projetos sem análise. Em maio deste ano, a Funarte teria contratado 20 novos pareceristas, sem licitação e sem experiência em análise de projetos culturais. ;Os projetos analisados pela Funarte em 2006 foram 4.572, e em 2007, foram 4.494, em 73 dias. Eles [a direção da Funarte] foram diminuindo esses contratados, o ministério pedindo que eles recontratassem, e eles não recontrataram. Agora, no final, eles fizeram uma contratação a toque de caixa de 20 pareceristas, sem experiência ; tem nutricionista, ex-office boy. E eles sofrem pressão, acabam tendo que aprovar aquilo que a direção executiva quer. A quem interessa esse nível de terceirização?;, questiona.