Seis pessoas foram denunciadas nesta segunda-feira pelo Ministério Público Federal (MPF) em Minas Gerais acusadas de furtar trilhos da extinta Rede Ferroviária Federal (RFFSA). Os acusados, de acordo com o MPF, irão responder pelo crime de peculato (artigo 312 do Código Penal), que prevê pena de dois a 12 anos de prisão. Um dos denunciados é ex-funcionário da RFFSA, tendo acesso a informações relativas a todos os bens da antiga autarquia, e, com isso, podia indicar aos outros denunciados os locais onde eles poderiam retirá-los com maior facilidade.
Outro denunciado também tinha ligação, ainda que de forma indireta, com a Rede Ferroviária: ele é o presidente de uma Organização Não-Governamental (ONG) declarada de utilidade pública pela Assembléia Legislativa de Minas Gerais. Supostamente defensor do patrimônio ferroviário nacional, o presidente da ONG denunciava furtos de trilhos, quando, na verdade, estaria associado, segundo o MP, em quadrilha com os outros acusados para cometer esse crime. Ele foi preso em flagrante pela Polícia Federal em março deste ano subtraindo trilhos de trecho da Rede Ferroviária localizado no município de Conceição do Rio Verde, em Minas.
Pouco mais de três meses depois, em 28 de junho, ele foi novamente flagrado, juntamente com três empregados de uma madeireira - cujo proprietário também foi denunciado pelo MPF - retirando grande quantidade de trilhos no trecho que liga as cidades de Cruzeiro, em São Paulo, a Três Corações. Após a expedição de mandado de busca e apreensão pela Justiça Federal, o proprietário da madeireira confessou o crime e a sua participação no esquema: ele fornecia o maquinário e o transporte para subtração dos trilhos, além das notas fiscais falsas para acobertar esse transporte até os compradores.