O Ministério da Saúde informou nesta sexta-feira (3/10) que incluirá o medicamento Raltegravir na lista de anti-retrovirais fornecidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) para o tratamento da Aids. A decisão da Comissão de Incorporação de Tecnologias (Citec) já foi ratificada pelo ministro José Gomes Temporão. O coquetel anti-Aids, como é popularmente conhecida a terapia, é responsável pela melhoria da qualidade de vida dos pacientes portadores do vírus HIV, e é formado ao todo por 17 produtos.
De acordo com o ministério, em meados de setembro, o Comitê Assessor de Terapia Anti-retroviral de Adultos, ligado ao Programa Nacional de DST e Aids, já havia avaliado e recomendado a inclusão do medicamento. A partir de agora, iniciam-se as negociações com o laboratório Merck Sharp & Dohme para a aquisição dos comprimidos importados.
O medicamento Raltegravir faz parte de uma nova classe de agentes anti-retrovirais, chamada de inibidores de integrase. Ele impede a inserção do DNA viral do HIV no DNA humano. Trata-se de um novo mecanismo, que reduz a capacidade do vírus da aids de se replicar e infectar novas células.
"Essa é uma alternativa para melhorar a qualidade de vida de quem já não responde ao tratamento disponível" afirma o diretor-adjunto do Programa Nacional de DST e Aids, Eduardo Barbosa.
O Ministério da Saúde informou que os beneficiados serão os que já desenvolveram multirresistência a outros remédios e, por isso, estão em falência imunológica. A expectativa é que até o fim de 2009, mil pacientes tenham a droga no tratamento. A prescrição será feita a cada pessoa por seu próprio médico.
Há cerca de 15 dias, o ministério da Saúde anunciou que o Brasil já desenvolveu o anti-retroviral Efravirenz, medicamento que é utilizado por cerca de 80 mil dos 200 mil portadores do vírus HIV no Brasil. O remédio, que compõe o coquetel anti-Aids, foi desenvolvido pelo laboratórios Farmanguinhos, da Fiocruz, e antes de começar a ser produzido, o anti-retroviral precisa do registro da Anvisa.
A previsão de Temporão é que no primeiro semestre de 2009 o Brasil já produza para consumo interno. O Efavirenz - que foi desenvolvido pelo Merck, Sharp & Dohme - teve sua patente quebrada no ano passado pelo governo brasileiro devido ao alto custo cobrado pelo laboratório internacional.