Dez minutos no cinema mudaram a vida de André Midani, confeiteiro que trabalhava das 5h às 19h e num dia cinzento de 1952 resolveu entrar numa sala parisiense, atraído pelo título do documentário que abria a sessão, Jammin; the blues. Filmado em preto-e-branco, o curta-metragem mostrava uma jam session com planos emocionantes, claros e escuros sofisticados, a fumaça do cigarro do saxofonista Lester Young cortando a tela verticalmente. E ele ali, grudado na poltrona, os olhos cheios d;água. Enfeitiçado, voltou ao cinema para mais algumas sessões e saiu com a decisão tomada: o trabalho na confeitaria acabaria o quanto antes. Na segunda-feira seguinte, lá estava o jovem Midani procurando emprego de vendedor de discos.
Trecho do documentário Jammin; the blues