Até o final deste ano, o diretor-geral da Polícia Federal (PF), Luiz Fernando Corrêa, espera receber os primeiros resultados do mapeamento que definirá indicadores de gestão administrativa, de inteligência e de gestão operacional, dentro do plano de modernização do órgão. Ele disse que isso permitirá à instituição eleger projetos estruturantes que se desenvolverão até 2022.
Nesta quinta-feira (2/10), em reunião com membros do Conselho Empresarial da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), Corrêa procurou mostrar que o Estado e a Polícia Federal, de forma específica, estão buscando na iniciativa privada métodos de gestão modernos para cumprir melhor sua missão institucional.
Segundo Corrêa, a busca da modernização não significa que a Polícia Federal vá prender menos. Com gestão mais moderna, aumentará a capacidade da PF de produzir provas de mais qualidade e o custo será menor para o cidadão. Isso quer dizer: ;gastar bem e de forma transparente e também ter capacidade de medir seu desempenho nas atividades finalística e gerenciais;, explicou.
Ele disse que a parceria com a iniciativa privada dará à Polícia Federal os dados de que necessita para medir sua eficiência. Esse trabalho, que está sendo feito pelo Instituto Nacional de Desenvolvimento Gerencial e pela Fundação Getulio Vargas, fornecerá indicadores referentes ao número de presos, inquéritos e apreensões de drogas, além de informações gerenciais, como horas trabalhadas, que não estavam disponibilizadas na rotina do órgão. No fim do ano, informou Corrêa, poderá ser apresentado um relatório de gestão, demonstrando a relação de orçamento e resultados.
No ano passado, a PF realizou 188 grandes operações envolvendo mais de uma unidade ; nas cinco maiores, ;em termos de verba pública desviada;, os valores apurados na investigação somaram de R$ 4,5 bilhões a R$ 5 bilhões, superando o orçamento da instituição, que é de R$ 3 bilhões. O montante não incluiu carros apreendidos do tráfico de drogas, que revertem para a União. ;Isso nós não medimos, mas o cidadão precisa saber, para otimizar o gasto, demonstrar que estamos gastando bem e verificando como gastamos.;
Corrêa destacou também o processo de descentralização de gestão da Polícia Federal, que engloba os aspectos administrativo e de gestão de inteligência e operacional. Com a descentralização, ele espera uma redução no número de grandes operações envolvendo mais de uma unidade da PF, o que seria ;sinal de que cada superintendência aumentou a sua capacidade;.
Ele espera receber, ainda este ano, autorização para realizar concurso a fim de preencher 3 mil vagas no quadro de apoio da instituição. Duas mil vagas já foram autorizadas dentro do planejamento estratégico da instituição. De acordo com Corrêa, em menos de um ano, a PF perdeu 40% do pessoal administrativo para o mercado, porque, no último concurso, aumentou-se o nível de escolaridade exigido. A matriz salarial, entretanto, ;não está compatível;, afirmou.
Corrêa disse que não quer mais ingresso massivo, para em dois ou três anos estar com 5 a 6 mil pessoas e depois passar dez anos sem contratações. ;Quero ingressos periódicos, menores, continuados. E o limite disso não é a capacidade política de buscar vagas, e sim a capacidade da Academia formar bem.;